Lewandowski enfrenta primeira crise e marca diferença com Dino

Nelson Jr./SCO/STF

Ricardo Lewandowski

A fuga de presos da penitenciária de segurança máxima federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, é o primeiro teste de fogo da gestão Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Por se tratar de uma das áreas mais sensíveis do governo, ao aceitar o convite para ocupar a pasta, Lewandowski sabia — bem como seus críticos — que ele estava assumindo a missão de lidar constantemente com problemas.

A pasta cuida de queixas de direito do consumidor a estratégias para fechar o cerco contra o crime organizado transnacional.

Antes de completar 15 dias no cargo, e já com uma crise no pacote, Lewandowski optou por uma postura diferente do seu antecessor, Flávio Dino.

O episódio deixou evidente como “tambor e violino”, expressão utilizada por Dino para descrever a si próprio e a Lewandowski, tocam ritmos diferentes.

No lugar de entrevistas e publicações na internet, a pasta divulgou notas. Em 20 anos de sistema federal de segurança máxima, nunca havia ocorrido uma fuga.

Durante todo o dia, houve cobrança por mais exposição de dados pelo ministério sobre a situação inédita. Mas Lewandowski e equipe tomaram uma atitude cautelosa, sem divulgar informações ainda incertas, evitando qualquer comentário que depois pudesse gerar contradições ou desmentidos.

As primeiras informações da fuga em Mossoró (RN) chegaram cedo à pasta, nesta quarta-feira (14). O ministro tomou a decisão de encaminhar o secretário nacional de políticas penais, André Garcia, para o Rio Grande do Norte.

Ao final do dia, veio a decisão de afastar a direção da penitenciária e partir para intervenção. Expediente que se popularizou na gestão passada, em que o secretário executivo Ricardo Capelli figurou como o interventor em momentos de grave crise.

O teste ainda não acabou. Lewandowski será chamado a tocar, muito além do violino, na Comissão de Segurança Pública da Câmara diante de pedidos da oposição para que ele preste esclarecimentos.

Em um ano de governo, o tambor Dino deixou de comparecer a três convocações. Esteve presente em outras oportunidades, quando travou duros embates com opositores barulhentos.

Fonte: CNN Brasil

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