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Galpões atingidos por incêndio de mais de 30 horas no litoral de SP não têm AVCB, diz Corpo de Bombeiros

Locais armazenavam produtos recolhidos pela Receita Federal. Fogo começou por volta das 23h40 de domingo (18) em Santos (SP) e não tem previsão para ser extinto.

Os galpões atingidos por um incêndio de grandes proporções no Centro de Santos, no litoral de São Paulo, não possuíam o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). A informação foi confirmada pela própria corporação, que atua há mais de 30 horas para apagar as chamas. Os locais armazenavam produtos recolhidos pela Receita Federal.

O incêndio começou, por volta de 23h40 de domingo (18), em galpões da Dínamo Inter-Agrícola, entre a Rua João Pessoa e a General Câmara. Pelo menos 10 viaturas do Corpo de Bombeiros de Santos, São Vicente e Cubatão foram para o local apagar as chamas, que não têm previsão para serem extintas.

Matheus Croce/TV Tribuna e Marcela Pierotti/TV Tribuna

Galpões foram atingidos por incêndio no Centro de Santos (SP)

O AVCB é o documento que atesta que a edificação está de acordo com a legislação estadual de prevenção contra incêndio e pânico, além de garantir que medidas de segurança estão instaladas.

Caso a edificação não possua AVCB, e for submetida a uma fiscalização do Corpo de Bombeiros, o proprietário será advertido, e terá um prazo de 60 dias para se regularizar. Depois deste prazo, caso ocorra uma nova fiscalização, o local será multado. Em caso de incêndio ou pânico, essas medidas visam garantir a segurança dos ocupantes do local, evitando tragédias. 

Em nota, sobre a falta do AVCB nos galpões atingidos, a Dínamo Inter-Agrícola afirmou ao g1 que está auxiliando os levantamentos realizados pelos órgãos envolvidos, seja em contato diário com as autoridades ou através de documentos que possuam os dados necessários para o esclarecimento do caso.

“Todas as cláusulas de guarda foram fielmente respeitadas e [a Dínamo Inter-Agrícola] segue colaborando com as autoridades”, disse a empresa, por nota.

Trabalhos continuam 

Imagens obtidas pelo g1 mostram as chamas e grande volume de fumaça no local (veja abaixo). Na manhã desta terça-feira (20), os bombeiros informaram que ainda há fogo no local, mas as chamas estão controladas e confinadas. Os trabalhos continuam para apagá-las totalmente.

De acordo com a corporação, ainda há risco de desabamento da edificação atingida pelo incêndio. Inclusive, parte da estrutura do local já desabou.

A causa do incêndio deve ser investigada pela perícia da Polícia Técnico-Científica, que ocorrerá quando o local estiver em segurança, ou seja, com o término do trabalho dos bombeiros.

Até a última atualização desta reportagem, 32 bombeiros atuavam em três linhas de combate ao fogo, nas ruas Dr. Cochrane, João Pessoa e Aguiar de Andrade.

Entenda o caso

Incêndio em galpões, no Centro de Santos, passam de 30h — Foto: Thais Rozo/g1

O incêndio começou, por volta de 23h40 de domingo (18), no Centro de Santos. A Dínamo Inter Agrícola informou que o incêndio atingiu um dos armazéns de carga geral da empresa. Os bombeiros foram até o local depois que os sistemas de alarme dispararam.

Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos dois galpões foram atingidos, mas esse número pode aumentar já que alguns espaços são interligados e outros foram afetados por caloria irradiada.

“Como houve colapso de paredes, ainda não há certeza de quantos galpões foram envolvidos. Isso conseguirá ser observado posteriormente, na hora em que se abrirem os projetos de segurança contra incêndio, plantas, ou até vistoria no local para definir o total de galpões atingidos”, afirmou o bombeiro Thiago Duarte.

Por volta das 15h30 desta segunda-feira, uma retroescavadeira quebrou a parede do galpão. Segundo apurado pela repórter Thais Rozo, da TV Tribuna, afiliada da Globo, a ação serviu para que o resfriamento seja direto nos focos. Dessa forma, os bombeiros conseguem jogar água diretamente nos focos e não por cima.

“A Dínamo reitera que nenhum funcionário ficou ferido e que não houve vítimas. A empresa está colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos e garantir a segurança de todos os seus colaboradores, clientes e comunidade”, disse, por meio de nota.

A empresa informou ainda que tem seguro da unidade armazenadora e que as medidas cabíveis junto aos órgãos competentes já estão sendo tomadas para investigar a causa do incêndio.

Retroescavadeira quebra entrada de galpões para combater incêndio diretamente nos focos, em Santos (SP) — Foto: Thais Rozo/g1

Produtos

De acordo com o capitão Paulo Sérgio, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, dentro dos armazéns, há produtos da Receita Federal, além de muito papel e arquivosConfira aqui os itens que estavam dentro dos galpões.

“O fogo já está controlado, os estabelecimentos ao entorno estão seguros. Agora, estamos trabalhando para a extinção no incêndio. A fumaça é tóxica e, por isso, estamos isolando toda a área”, explicou o capitão.

Defesa Civil

A Prefeitura de Santos informou que a Defesa Civil foi acionada e fará a vistoria estrutural assim que houver condições para entrar no local.

 interdição total do acesso à Rua João Pessoa junto à Avenida Perimetral devido ao trânsito para o cais. O transporte público está seguindo até o Valongo e fazendo retorno na Praça Barão do Rio Branco e, depois, Rua Senador Feijó.

A Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET-Santos) enviou agentes para a área e também há uma equipe de transporte orientando os usuários.

Sem energia

A CPFL Piratininga informou que equipes da concessionária apoiam o trabalho do Corpo de Bombeiros na ocorrência. Por segurança, a área foi isolada e um trecho da rede de distribuição que atende a região foi desligado. A CPFL Piratininga disse que aguardará a liberação do local, pelas autoridades responsáveis, para restabelecer o fornecimento de energia.