Interior

Alvo de ameaças, diretora de escola municipal presta depoimento

Reprodução

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Nesta terça-feira (5), no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) de Palmeira dos Índios, a diretora da Escola Municipal Dr. Gerson Jatobá Leite, Ana Holanda, registrou um boletim de ocorrência contra o autor do vídeo no qual ela é alvo de ameaças, injúrias e difamação.

O homem em questão é ex-companheiro de uma das funcionárias da escola e, segundo a vítima, na última sexta-feira (1º), esteve na unidade e, muito nervoso, acusou a diretora de ter rebaixado a ex-companheira de função, alegando que essa ação tinha motivações políticas contra ele. Ao impedir a sua entrada na escola, por receio de algo mais grave, a diretora e a ex-companheira foram chamadas de covardes.

Na mesma noite, a diretora recebeu um vídeo no qual o homem a acusa de utilizar indevidamente o cargo a seu favor, declarando que a partir desse momento Ana Holanda se tornaria sua inimiga pessoal. No vídeo, ele desvaloriza o trabalho dos monitores e, ao final, menciona o nome da vítima, sugerindo a sua participação em complô político com a atual gestão municipal.

Acompanhada de um advogado, a diretora explicou que a servidora da escola, que atuava como professora, apresentou laudo médico que comprovava perda auditiva e a impossibilidade de permanecer em sala de aula, mas permitia o exercício de outras funções. Assim, em comum acordo, a professora passou a ser monitora. “Me senti constrangida e muito ofendida por ter meu nome exposto nas redes sociais. São 25 anos de vida pública voltada à educação, sou concursada e é a primeira vez que venho prestar declarações na polícia. Me senti ameaçada por alguém que mal conheço e que se declarou meu inimigo pessoal. Vim em busca de segurança e me resguardar diante das palavras que foram dirigidas a mim”, disse Ana Holanda.

Agora, a Polícia Civil deve instaurar um inquérito para apurar o caso. O advogado de Holanda, Dr. Felipe Medeiros, informou que o ocorrido também será comunicado ao Ministério Público e à Secretaria de Educação.

“A partir de agora, tomamos as medidas aqui na Polícia Civil, porque não sabemos o que pode acontecer. Já tomamos as providências com o Boletim de Ocorrência e será iniciado um inquérito para apurar todos os fatos. Também comunicaremos este fato ao Ministério Público para que adote as medidas cabíveis, e a Secretaria de Educação precisa ter conhecimento formalizado. Entendemos, também, que a escola precisa de reforço policial pelos próximos dias. Não sabemos os interesses do indivíduo e, como já respondeu por outros casos, por medida de cautela, tomamos estas providências para inibir certas pessoas de agir dessa forma nas redes sociais e também abordagens desse tipo dentro da escola”, explicou Felipe Medeiros, advogado criminalista.