“Não é caso de falar de anistia quando essas pessoas estão começando a cumprir pena. O que me parece é que muitos imputam ao ex-presidente uma falta de solidariedade. [Ele] jogou essa gente na fogueira e foi para Miami. Me parece que [a anistia] foi o tipo de mensagem para movimentar o establishment político para ter uma bandeira de anistia não para os autores intelectuais, mas para aqueles pequenos que foram envolvidos nisso. Não tem cabimento anistia em relação a isso, são crimes extremamente graves”, disse em entrevista ao Estúdio i nesta segunda-feira (11).
Até a sexta-feira (8), o STF condenou 131 pessoas por participação nos ataques. Na ocasião, centenas de apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto —onde fica o gabinete do presidente da República.
A maior parte foi condenada por cinco crimes com penas variam entre 3 e 17 anos:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- dano qualificado;
- golpe de Estado;
- deterioração do patrimônio tombado;
- associação criminosa.
Bolsonaro defende anistia
Em 25 de fevereiro, durante um ato na Avenida Paulista, Bolsonaro defendeu anistia aos presos em discurso. O ato foi convocado pelo próprio ex-presidente e ocupou cerca de 7 quarteirões da via.
“O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (…) uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para seja feita justiça em nosso Brasil”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também negou ter tentado dar um golpe de estado. O ex-presidente, ex-ministros e assessores e militares são alvos de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga essa tentativa de golpe.