O ex-presidente Jair Bolsonaro comentou na noite desta segunda-feira, 25, sobre a sua estadia de dois dias na Embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal. “Por ventura, dormi na embaixada, conversas com o embaixador, tem algum crime nisso?”, questionou o ex-mandatário ao sair de um evento em homenagem a Michelle Bolsonaro, realizado no Theatro Municipal, em São aulo.
Mais cedo, os advogados de Bolsonaro já tinham afirmado que sua estadia na Embaixada da Hungria em Brasília se deu porque ele foi convidado para discutir política com autoridades húngaras, e ressaltaram que qualquer outra interpretação, como pedido de asilo, é ‘ficção’.
“Qualquer outra interpretação que vá além das informações aqui prestadas constitui evidente obra de ficção, alheia à realidade dos fatos e é, na prática, apenas mais uma notícia falsa”, afirmaram os advogados a uma reportagem do ‘The New Yok Times’.
Imagens das câmeras de segurança obtidas pelo jornal mostram o ex-governante nas instalações diplomáticas na companhia de dois guarda-costas, do embaixador húngaro e de diplomatas do país europeu. De acordo com o jornal, ele chegou à embaixada na noite de 12 de fevereiro e saiu na tarde de 14 de fevereiro.
A defesa de Bolsonaro alega que ele passou dois dias “hospedado” para “manter contatos com as autoridades” de um país que ele descreveu como “amigo”. “Como é sabido, o ex-presidente tem um bom relacionamento com o primeiro-ministro húngaro (Viktor Orbán), com quem se reuniu recentemente na posse do presidente (argentino) Javier Milei, em Buenos Aires”, disse em nota.
O Palácio Itamaraty chamou nesta segunda-feira, 25, o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre a hospedagem concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Halmai foi chamado pela secretária de Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Luísa Escorel. De acordo com nota divulgada pela pasta, o embaixador húngaro esteve no Ministério nesta tarde.