Após passar mais de nove meses foragido, o acusado de assassinar a ex-esposa Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, de 26 anos, em junho de 2023 na cidade de São José da Tapera, interior do estado, foi localizado e preso pela Polícia Civil de Alagoas.
O delegado Thales Araújo, da Diretoria de Inteligência Policial, informou que durante as investigações, a PC/AL descobriu que o acusado iniciou o processo de fuga para Bolívia, chegando ao país pouco tempo depois do crime.
Diante das informações, as equipes policiais de Alagoas passaram a trabalhar em conjunto com agências de inteligência para que fosse viabilizada a prisão do elemento. Ontem à noite, a polícia de Bolívia realizou a prisão do acusado na cidade de Santa Cruz de La Sierra. “Agora contamos com o apoio da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul que fez a recepção do acusado na fronteira em Corumbá. Estamos providenciando o recambiamento do acusado para Alagoas para que seja apresentado à Justiça e submetido ao Tribunal do Júri”, informou o delegado.
Após a prisão, o acusado confessou o crime e disse que estava bêbado quando assassinou Mônica Cavalcante. Contudo, o depoimento oficial do acusado só será realizado quando chegar a Maceió. A transferência do preso acontecerá em breve, segundo o delegado.
A prisão do acusado também contou com o apoio da Agênica Brasileira de Inteligência (ABIN), da Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Centro Regional de Inteligência Antinarcóticos da Polícia Nacional da Bolívia.
Na Bolívia, o autor do feminicídio já tinha seguido com sua vida, inclusive com um novo relacionamento amoroso com uma estudante de medicina.
O Inquérito Policial que investigou o crime foi conduzido por uma comissão especialmente designada pelo delegado-geral de Polícia Civil, Gustavo Xavier, composta pelos delegados Diego Nunes, titular do 38º DP – São José da Tapera, Thales Araújo – DINPOL e Igor Diego Vilela – DRACCO.
A operação de localização e captura o acusado foi um trabalho em conjunto da Diretoria de Inteligência Policial de Alagoas (DINPOL), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), da Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Centro Regional de Inteligência Antinarcóticos da Policía Nacional da Bolívia.
Entenda o caso
No dia 18 de junho do ano passado, Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, 26 anos, foi assassinada pelo ex-marido com um tiro no peito e morreu antes mesmo de receber socorro médico, em frente ao Fórum da cidade, nas proximidades da casa onde a família morava, em São José da Tapera.
Informações da Polícia Civil dão conta que o casal estava em uma festa de São João e tiveram uma discussão. O homem teria ido embora e deixado Mônica, que voltou para casa andando. Ao chegar à residência, a discussão recomeçou e o acusado atirou contra a vítima.
Minutos antes do crime, Mônica chegou a gravar vídeos relatando que vivia em um relacionamento abusivo e com pedido de ajuda. “Quem achar esse celular, se eu tiver morta foi ele quem me matou. Ele é abusivo e quer atirar em mim. Me defendam”, diz Mônica no vídeo.
Após receber o inquérito da Polícia Civil, o promotor de Justiça, Fábio Bastos Nunes, resolveu denunciar o acusado, após concluir que o crime foi planejado. “O acusado praticou feminicídio em desfavor de sua mulher, de forma premeditada, em frente ao fórum da comarca de São José da Tapera, revelando destemor à Justiça e às consequências jurídicas penais”, diz um trecho da ação penal.
Na petição, o promotor de Justiça relatou ainda o grau de frieza do acusado. “O tiro à curta distância, conforme resta evidenciado nos exames periciais, demonstra toda frieza na execução do crime, e denota a periculosidade real do acusado”, enfatizou ele.
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