Política

Conselheiros da Petrobras veem Prates “mais isolado que nunca”

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Participações virtuais em reuniões, falta de diálogo com os pares e ausência de debates da visão global da empresa. São vários os elementos apontados por conselheiros da Petrobras para justificar a situação atual de Jean Paul Prates: o isolamento.

A crise que já vinha se desenhando se agravou no debate sobre o pagamento de dividendos. Prates teria sinalizado aos representantes de acionistas minoritários o pagamento integral dos valores extraordinários. Mas foi voto vencido e acabou desagradando tanto representantes do governo, que o impuseram derrota, quanto do mercado.

Neste ano, revelam os conselheiros, Prates passou a participar das reuniões de forma virtual, da sala dele. O gabinete do presidente da Petrobras fica no mesmo andar do conselho, o décimo oitavo da sede temporária da empresa. Prates alega que da sala dele tem mais liberdade para conversar com assessores durante as reuniões, que às vezes levam o dia todo. Para os conselheiros, o fato mostra o distanciamento entre ele e o grupo.

Até mesmo conselheiros que eram mais próximos de Prates hoje estão afastados e preveem que a saída do atual presidente seja uma questão de tempo. Uma das reclamações mais comuns é a de que o presidente da Petrobras usa o Conselho de Administração da companhia apenas para questões mais pontuais e acaba deixando o grupo no escuro sobre as estratégias globais da companhia.

A CNN tentou contato com Prates, mas ainda não teve retorno.