Brasil

Prefeitura fecha boate onde mulheres dizem terem sido estupradas

Boate Portal, na Lapa, onde os crimes teriam ocorrido — Foto: Reprodução

A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro (Seop) interditou na noite desta quinta-feira (4) a boate Portal Club, na Lapa. Duas mulheres afirmam que foram estupradas dentro do estabelecimento.

“A medida administrativa foi tomada preventivamente para preservar a segurança e a ordem pública. O local permanecerá fechado até o encerramento das investigações pela polícia”, informou a Seop.

O Corpo de Bombeiros já tinha informado que o local estava irregular, já que não tinha o Certificado de Vistoria Anual (CVA) — que garante a segurança contra incêndio e pânico.

Nesta quarta-feira (3), a Deam do Centro fez uma perícia na casa. Os proprietários entregaram as imagens das câmeras de segurança, e os investigadores afirmam que já têm pistas de um dos suspeitos.

O 1º depoimento
A primeira denúncia contra a Portal Club foi de uma universitária estrangeira de 25 anos. Segundo ela, o estupro coletivo foi no último domingo (31) no dark-room, ou quarto escuro, que fica praticamente vedado da luz. O caso dela foi mostrado pelo RJ1 na quarta-feira (3).

Ela já deixou o país e divulgou uma carta. “Estou de volta em casa e só quero descansar e esquecer. Não sei se haverá justiça ou não. Espero que a minha história ajude outras mulheres que passaram pela mesma coisa a serem encorajadas a falar, que saibam que não estão sozinhas.”

Na carta, a universitária também esclarece que foi levada por um rapaz que conheceu na festa para o quarto escuro. Ela afirma que achava que estava indo para uma outra pista de dança. Nesse espaço, ela conta que foi violentada por outros homens.

A estrangeira chegou a falar que perdeu a consciência durante o abuso.

Universitária estrangeira denuncia que foi vítima de estupro coletivo em boate da Lapa

O 2º depoimento
Com a repercussão do caso, outra mulher afirmou ter sido violentada na boate, desta vez em novembro do ano passado.

“Eu fui assistir um grupo de pagode, que eu conhecia. E, neste dia, tinha um open-bar, e eu bebi normalmente. Quando eu fui ao banheiro não me senti bem, tonta e não me lembro mais do que aconteceu. Desse não lembrar o que aconteceu, eu acordei no quarto preto, com um homem na minha frente, um homem do meu lado sem calça”, conta a mulher.

“Quando eu fui urinar, saíram algumas coisas pelas minhas partes, um líquido pelas minhas partes. Só que assim que eu saí, veio uma funcionária e perguntou: ‘Você sabe onde você estava?”. Não, não sei. “Você estava num ‘dark room’. Mas eu nunca entraria no ‘dark room'”, conta.

Em nota, a boate Portal Club disse que repudia veementemente o crime e que nunca irá apoiar qualquer tipo de intolerância, opressão ou violência contra as mulheres.

A casa de shows ainda disse que está comprometida com a investigação e que deseja que os responsáveis sejam “devidamente punidos”.