Política

Barroso diz que houve politização em setores das Forças Armadas nos últimos anos e defende ‘virar a página’

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse neste sábado que houve politização de setores das Forças Armadas nos últimos anos e defendeu que o país vire essa página.

Barroso falou com a imprensa após participar de um evento acadêmico na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Ele foi questionado sobre o julgamento, em curso no STF, que debate se a Constituição, em algum momento, permite que as Forças Armadas exerçam um poder moderador sobre os demais poderes.

A opinião de Barroso é de que não há essa possibilidade. Ele já votou nesse sentido no julgamento. O ministro, até o momento, já foi acompanhado de outros 7 colegas, e o placar está 8 a 0 para fixar o entendimento de que não há poder moderador.

Na resposta, Barroso afirmou que as Forças Armadas se comportaram de forma exemplar nas três décadas após a redemocratização. O ministro ressaltou que não participa do “desapreço” pelas Forças, pelo contrário, tem respeito por elas.

“Porém, é fato, infelizmente em alguns momentos dos últimos anos, houve uma politização indesejada em contato com a Constituição”, ponderou Barroso, para, em seguida, defender que o país olhe para frente.

“Acho que isso já está superado, porque a gente na vida deve saber poder virar as páginas”, sentenciou.

Por fim, Barroso ratificou se entendimento sobre o papel das Forças.

“Nunca teve a possibilidade de interferência. Não existe poder moderador na democracia, nem o Judiciário, tampouco. Os poderes são independentes e harmônicos. E apenas o Supremo está chancelando o que sempre foi, e sempre foi a compreensão adequada da Constituição”, concluiu.