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Festa do divórcio: após separação, mulher surpreende convidados, corta vestido de noiva e joga buquê

Professora Caroline Gracia Ramos brindou com ela mesma durante celebração de divórcio, em Mogi das Cruzes — Foto: Caroline Gracia Ramos/Arquivo pessoal

Após ser traída enquanto enfrentava um quadro de depressão, uma moradora de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, decidiu se divorciar e organizou uma “festa de descasamento” para celebrar o término da relação de 19 anos.

Na festa, a professora Caroline Gracia Ramos, de 39 anos, brindou com ela mesma, chamou mulheres que já se separaram para cortar um vestido de noiva e até jogou um buquê para quem não quer se casar de novo.

“Se tem celebração para tantas coisas na vida, como o casamento, aniversário, batizado… Por que não o divórcio? É uma fase da minha vida que estou descobrindo novas coisas, me amando, celebrando as amizades, fortalecendo os laços com minha família”, afirma.

A festa aconteceu no dia 30 de março e, segundo Caroline, foi uma surpresa para os convidados. “Meu aniversário foi no dia 27 de março e acabou juntando dois acontecimentos importantes na minha vida. Montei o convite da minha festa de aniversário e disse que teria uma surpresa. Muitas pessoas pensaram que eu ia anunciar uma gravidez, mas não. Era, na verdade, a celebração de uma nova fase”.

“Eu tive depressão em 2021. Fiquei afastada do trabalho, foi um processo muito difícil. Consegui voltar a trabalhar em 2022. Quando eu comecei a me recuperar da depressão, meu marido [na época] me traiu. Nisso eu fui para o buraco do buraco, fiquei no fundo do poço. Eu fiquei pior do que eu tinha ficado da primeira vez. Precisei até ficar internada mais de um mês por conta da depressão”, conta.

Nesse processo, Caroline engordou mais de 40 kg. Com isso, ela disse que frases como “você é gorda”, “eu não te aceito desse jeito” e “não quero você assim” se tornaram comuns no vocabulário do ex-marido. “Estava cansada disso tudo e resolvi terminar o meu relacionamento. Tempo depois participei de um concurso de Miss Plus Size e fiquei em segundo lugar. Isso me empoderou muito, fez eu me enxergar com mais carinho e entender melhor todo esse processo”.

Além dos “ritos de passagem”, a festa contou também com dois bolos: um com decoração fúnebre e os dizeres “game over” – além de lápides com características que já foram atribuídas a ela, como “ex-chata” ou “ex-humilhada”. Já outro representava a nova fase da professora e tinha, na decoração, as palavras “liberdade”, “gratidão” e “família”.

“Os bolos foram a sensação da festa. Principalmente, o bolo com lápide, que estava o início e o fim do relacionamento. Com as coisas que eu não sou mais, que agora me libertei. Eu não sou mais chata, não sou mais chifruda, eu não sou mais uma pessoa ignorada. E aí, as pessoas tiraram muita foto disso. Se divertiram muito”.

Entretanto, segundo ela, o “gran finale” foi o momento de cortar o vestido de noiva. “Muitas pessoas já tinham se divorciado, foram até lá e cortaram com gosto o vestido. Como se fosse uma libertação para elas também. Eu também joguei o buquê para quem não quer casar mais, quer só namorar. Bastante gente ficou lá para pegar o buquê”.

“Essa festa foi para brindar minha existência, meu amor próprio. Já passei por muita coisa, fiquei muito doente… Agora celebro a vida e a alegria de viver”, finaliza.