O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), busca um nome com perfil mais “neutro” — nem de esquerda nem direita — para relatar uma nova versão do projeto de lei das Fake News.
A leitura de Lira (na foto acima), segundo interlocutores, é que Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto que tramita na casa desde o ano passado, se “contaminou” com a discussão política do país entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). E, por isso, ficou inviável.
Lira tem reclamado para aliados que a polarização “contaminou” todos os debates da Casa, inclusive votação sobre a manutenção da prisão de Domingos Brazão.
Pessoas próximas a Lira acreditam que o governo errou ao comprar a briga de Alexandre de Moraes contra Elon Musk.
O projeto das Fake News tramita há um ano e chegou a ser dividido em três outros, mas nenhum deles foi aprovado.
A proposta travou porque o relator não conseguiu construir consenso nem com a sociedade – artistas foram à Câmara – e menos ainda com os os partidos e seus líderes na Câmara.
Nesse período, lembram pessoas próximas a Lira, o governo nunca pediu qualquer tipo de urgência nem que o projeto fosse votado.
Em 40 dias, o grupo de trabalho fará uma proposta que não seja tão polarizada e nem seja contaminada, dizem essas mesmas fontes.
Em nota, Silva disse ter sido surpreendido sobre a criação de um grupo de trabalho e que tem “orgulho do trabalho feito até aqui”. Ele também agradeceu “a tantos que contribuíram com quase quatro anos de trabalho”. “Saibam que sigo na mesma trincheira e, a cada ataque dos bolsonaristas, eu recebo com uma condecoração pela minha luta por liberdade e democracia”.