Adolescentes e famílias destruídas por imagens forjadas com inteligência e amplamente distribuídas nas redes sociais motivaram a Operação Deepfake. Em entrevista à imprensa na manhã desta sexta, 19, o delegado Daniel Mayer informou que os depoimentos das vítimas são gravíssimos, com menores e familiares aterrorizados e com medo até de sair de casa após a exposição.
Em um dos casos, a imagem era tão verossímel, que uma das vítimas chegou a acreditar que pudesse ter se fotografado acidentalmente, só constatando a fraude devido ao cenário. A polícia estima, até o momento, entre 12 e 20 vítimas, mas algumas delas sequer desejar denunciar o crime, devido ao estado emocional.
Quanto aos autores, que têm idade entre 15 e 17 anos, todos tiveram equipamentos como celulares, tablets e notebooks apreendidos. Inicialmente, eles alegam que não forjaram as imagens e que apenas disseminaram, o que também configura crime.
Ainda de acordo com o delegado, tanto os suspeitos, quanto os pais, tentaram minimizar o crime, qualificando apenas como “brincadeira”. Segundo Mayer, durante o cumprimento de um dos mandados, um adolescente não demonstrou nenhuma preocupação e, enquanto os agentes estavam em sua residência, foi escovar os dentes.
O delegado Sidney Tenório, da Crimes Cibernéticos, informou que os menores serão autuados por ato infracional e associação criminosa.