A Polícia Civil de Alagoas indiciou por homicídio culposo o médico responsável pelo procedimento cirúrgico que causou queimaduras de 2º e 3º graus no olho do idoso de 78 anos no mês passado no Hospital Geral do Estado (HGE).
O profissional foi ouvido nesta terça-feira, 23, pelo delegado Waldor Coimbra Lou, do 22º Distrito Policial. Em depoimento, o médico não confessou imperícia médica nem imprudência, mas afirmou que usou álcool, éter e mais um componente químico durante a cirurgia.
“Inicialmente estava inserido no crime de imperícia médica e lesão corporal grave, mas com o falecimento da vítima, o quadro mudou. O médico foi ouvido hoje e disse que usou álcool, éter e mais um componete químico durante a assepsia. Ele contou que fez a primeira incisão na parte inferior e quando foi realizar a segunda houve a fagulha oriunda do bisturi elétrico. Ele disse que na medicina se usa isso durante a cirúrgia. Não soube informar se na entrada do hospital, o paciente já tinha colocado éter no olho”, relatou o delegado.
Agora, o delegado irá ouvir duas estudantes de medicina, que fazem residência médica no HGE, e a anestesista que participou do procedimento. A Polícia Civil tem até o dia 02 de maio para enviar o inquérito à Justiça de Alagoas.
Entenda o caso
Por conta da situação, o idoso foi encaminhado para continuidade do tratamento por cirurgião de cabeça e pescoço, que indicou a cirurgião. Durante a realização do procedimento no centro cirúrgico do HGE houve um acidente com a combustão resultante do uso do éter para retirada das larvas, seguido de utilização bisturi elétrico, levando a queimaduras de 2º e 3º graus entre rosto, braços e tronco.
No hospital, o paciente foi acolhido pela cirurgia plástica e submetido à cirurgia de limpeza da área com o ferimento, assim como coleta de biópsias. Desde o acontecido no centro cirúrgico, o paciente ficou internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), recebendo tratamento clínico com antibióticos.
Ainda de acordo com a Sesau, os familiares foram acompanhados durante todo o período por assistentes sociais e psicólogos que ofertaram todo o suporte necessário.