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Mulher é indiciada por morte de amiga bailarina em acidente entre motos aquáticas

Juliana Carvalho Nasser morreu durante suposto acidente entre motos aquáticas no litoral — Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil indiciou uma mulher pelo acidente entre motos aquáticas que causou a morte de Juliana Carvalho Nasser, uma bailarina de 27 anos, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, nesta sexta-feira (26), a indiciada era amiga da vítima. Ela a atingiu enquanto fazia manobras radicais com o veículo sem habilitação.

De acordo com a Marinha do Brasil, o acidente aconteceu na altura do Canal de Bertioga, que cruza Guarujá. A mulher chegou a ser socorrida ao Hospital Santo Amaro (HSA), também na cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Segundo o delegado Antonio Sucupira Neto, titular da Delegacia de Polícia Sede de Guarujá (SP), onde o caso é investigado, a amiga de Juliana “assumiu o risco” ao fazer manobras perigosas sem habilitação na moto aquática.

No inquérito policial, obtido pelo g1, a corporação registrou ter colhido depoimentos de aproximadamente quatro pessoas envolvidas no caso, assim como do proprietário e dos funcionários da marina de Guarujá (SP) e colaboradores da empresa que fez a locação das motos aquáticas.

Depoimentos
Nos relatos colhidos pela Polícia Civil, descritos no inquérito, há informações sobre Juliana estar na água acompanhada de quatro pessoas, sendo a amiga e mais três homens.

Uma testemunha afirmou à corporação que, em um determinado momento, a amiga de Juliana assumiu a direção de uma moto aquática, antes conduzida por um dos homens, e começou a fazer manobras perigosas.

Segundo a testemunha, a amiga de Juliana fez uma manobra “muito perigosa” na frente de uma embarcação, que vinha em alta velocidade, desviando em um trajeto de “U”, voltando na direção do restante do grupo. Ao sair da curva, ela colidiu com a outra moto aquática, onde a vítima estava .

De acordo com o depoimento, a moto aquática “passou literalmente por cima” do veículo da amiga, onde também estava um dos homens. Com o impacto, ambos caíram na água. O rapaz sofreu um machucado na perna e Juliana, por sua vez, ficou com a cabeça submersa.

O g1 não localizou a defesa das partes envolvidas até a última atualização desta reportagem.

Juliana Carvalho Nasser
Solteira e sem filhos, a bailarina vivia na capital paulista e estava na cidade a passeio. Ela faria 28 anos em junho deste ano. Um familiar ouvido pela equipe de reportagem, que preferiu não se identificar, contou que a jovem tinha o costume de visitar Guarujá.

Juliana Nasser tinha licenciatura em Artes, com Habilitação em Dança e formação em balé clássico, além de um MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela universidade Anhembi Morumbi. Ela era coach pela Sociedade Brasileira de Coaching. Já foi professora em diversas escolas de dança e ganhou prêmios em festivais.

O Instituto Médico-Legal (IML) de Praia Grande, para onde ela foi levada para exames necroscópicos, liberou o corpo após a família realizar o reconhecimento. Uma seguradora transportou o corpo para São Paulo nesta terça-feira, mas não há previsão exata para o sepultamento.

Relembre o caso
O acidente aconteceu no fim da tarde de domingo (10). A vítima estava em uma moto aquática, que saiu da Marina Tropical, e se chocou com outra. A mulher foi lançada ao mar após a batida e perdeu a consciência.

De acordo com o boletim de ocorrência, uma amiga disse que elas estavam na Praia do Iporanga antes de pegarem as motos aquáticas. A Marinha do Brasil informou que a colisão ocorreu na altura do Canal de Bertioga, que cruza Guarujá.

Após ser resgatada da água, a vítima foi levada na caçamba de uma caminhonete para um condomínio fechado dentro da Praia do Iporanga, onde uma médica de plantão a atendeu por volta das 18h e, após avaliação, orientou a condução ao Hospital Santo Amaro.

Em nota, o hospital informou que foram realizadas manobras de reanimação na jovem, que não respondeu e morreu na unidade.

A Prefeitura de Guarujá informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas ao chegar no local os envolvidos no acidente já tinham sido removidos para atendimento médico.

A Capitania dos Portos de São Paulo enviou peritos ao local para apurar as causas e possíveis responsáveis pelo acidente. Já nesta terça-feira, a Polícia Civil informou que já identificou e deve intimar os envolvidos para o esclarecimento dos fatos.