O laboratório de análises clínicas alvo de uma operação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) inventava resultados de exames com amostras de fezes e urina, conforme apontou a investigação. Segundo a delegada Débora Melo, os principais clientes atendidos eram idosos e trabalhadores e o laboratório sequer tinha as máquinas necessárias para estes exames.
“Pelo menos 94 resultados de exames de fezes e urina em dezembro de 2023, foram emitidos sem que as amostras tivessem passado por qualquer exame de fato. Isso coloca em risco a saúde pública, no que se refere à integridade física da pessoa”, detalhou a delegada.
O g1 tentou contato, por e-mail e mensagem de celular, com o Laboratório Vida, investigado na operação, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Segundo a delegada, à polícia, a defesa do proprietário do laboratório negou as acusações.
A operação foi divulgada nesta segunda-feira (29) e a clínica está interditada. Débora Melo exemplificou que, se um paciente queria descobrir se possuía uma infecção ou bactéria, não descobriria, já que os resultados eram sempre negativos, para o laboratório.
“Esse laboratório atendia várias clínicas de medicina do trabalho, a gente sabe que, para a contratação de profissionais no setor alimentício, é necessário comprovar que não possui a bactéria da salmonela, por exemplo. Então, se houve passagem por esse laboratório e o trabalhador achou que não possuía aquela bactéria, pode, eventualmente, estar trabalhando em um restaurante ou numa padaria e sendo um risco de contágio para a população no geral”, explicou Débora Melo.