Política

Caso Marielle: ex-chefe da Polícia do Rio preso como mentor do crime está ‘sedento para falar’, dizem advogados

O ex-chefe da Polícia do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, preso como mentor do assassinato de Marielle Franco, está “sedento para falar”, segundo seu advogado de defesa Marcelo Ferreira. Segundo ele, Barbosa só teve acesso aos autos de sua prisão um mês após ser detido e, agora que teve acesso às informações do caso, “tem informações importantes a passar”.

“São informações que ele foi lembrando desde 2018, quando ele assumiu a chefia, o que teve repercussão. Ele vai falar muito no depoimento dele sobre o que aconteceu nos bastidores em relação à nomeação dele para o chefe de polícia”, disse Ferreira.

Na segunda-feira (29), a defesa de Rivaldo Barbosa pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que o ele e sua esposa, Erika Araújo, sejam ouvidos no processo.

Segundo a petição, tendo passado mais de um mês da prisão de Rivaldo em 24 de março, o depoimento ainda não foi colhido.

Rivaldo Barbosa é apontado pela Polícia Federal como o mentor do assassinato de Marielle, em 14 de março de 2018 – o motorista Anderson Gomes também foi executado a tiros no ataque.

A investigação diz ainda que a morte de Marielle teve como mandantes os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, que também foram presos em março. Após a delação do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do assassinato, a PF concluiu que Rivaldo já tinha uma “relação indevida” com os mandantes antes mesmo do crime.

Segundo o advogado de defesa, Barbosa nunca considerou fazer uma delação premiada “porque não tem crime nenhum por parte dele”. Contudo, Ferreira reforça que o ex-chefe de polícia “tem muitas informações importantes para ajudar no andamento das investigações” e que, por terem passado 35 dias preso, ele “já deveria ter sido ouvido.

Perguntado, o advogado não quis antecipar quais seriam as informações que Barbosa quer falar à polícia. “Queremos contribuir com a investigação”.