Política

Governo pedirá à PF que apure divulgação de fake news sobre enchentes no RS, diz Rui Costa

Governo realizou nova reunião no Planalto para monitorar situação das inundações no estado; até o momento, 90 mortes foram registradas. Segundo ministro, conteúdos falsos têm atrapalhado operações.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (7) que o governo pedirá à Polícia Federal a abertura de investigações sobre a divulgação de conteúdos falsos a respeito das enchentes no Rio Grande do Sul.

A catástrofe ambiental, provocada pelas chuvas que transbordaram rios, matou até o momento 90 pessoas no estado. Os governos federal, estadual e municipais montaram operações de resgate que seguem em curso.

Porto Alegre inundada depois de cheia histórica do rio Guaíba — Foto: Renan Mattos/Reuters

Rui anunciou as apurações durante reunião de ministros na “sala de situação” que o governo federal criou no Palácio do Planalto para monitorar as ações no Rio Grande do Sul.

“Pedi que o ministro [Ricardo] Lewandowski (Justiça) desse uma entrevista à imprensa anunciando que vai pedir à Polícia Federal que abra procedimento, e que a AGU [Advocacia-Geral da União], junto com o Ministério da Justiça, irá acionar os órgãos competentes para consequente ação judicial e de responsabilização dessas pessoas”, disse Rui Costa.

O chefe da Casa Civil relatou que militares reclamaram que a divulgação de informações falsas no estado dificulta as operações de resgate.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, também defendeu a apuração e punição de grupos que divulgam desinformação.

Enquanto Rui Costa falava, Pimenta comentou com um colega que é preciso “botar para f***r com os caras” que divulgam informações falsas.

“As Forças Armadas e equipes de resgate da Defesa Civil estão exausta de tanta fake news. AGU e PF devem agir para identificar os agentes criminosos para impedir sua ação organizada para prejudicar os resgates e salvamentos”, disse Pimenta o g1.

“Se estamos em uma ‘guerra’ para salvar vidas, quem age como traidor tem que ser tratado como traidor pois prejudica o trabalhado de resgate e salvamento”, acrescentou.

Abrigos

Os ministros fizeram um balanço da situação no Rio Grande do Sul. Pimenta explicou que há situações diferentes conforme a região do estado, mas que ainda há necessidade de resgate de pessoas.

Na opinião do chefe da Secom o foco no momento deve ser garantir abrigo de pessoas, em especial na região metropolitana de Porto Alegre.

“Eu acho que o grande foco agora nos próximos dias é abrigo. O que fazer com mais de 50 mil pessoas. Cinquenta mil pessoas em abrigos na região metropolitana, três refeições por dia são 150 mil refeições por dia. Água, lixo, material de higiene, gênero de primeira necessidade, descarte de toda essa estrutura”, disse.

Pimenta informou que retornará ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (8) acompanhado do ministro da Integração Nacional, Waldez Goes.