Política

Por unanimidade, STF torna Moro réu por calúnia contra ministro

Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (4) tornar réu o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, do STF.

Stephanie Rodrigues/g1

Sérgio Moro

Moro foi denunciado pela PGR ao STF pelo crime de calúnia após um vídeo viralizar mostrando o senador em um evento social e falando em “comprar um habeas corpus” do magistrado. A defesa do senador pediu que o Supremo rejeite e arquive a acusação.

Relatora, a ministra Cármen Lúcia entendeu que há elementos para a abertura de uma ação penal contra o senador, uma vez que a PGR demonstrou livre e consciente vontade de imputar falsamente ao ministro o crime de corrupção passiva.

O crime de calúnia é punido com seis meses a dois anos de prisão. Os ministros Cristiano Zanin, Luiz Fux e Alexandre de Moraes também seguiram o voto da relatora.

“Nessa fase do procedimento, na denúncia se demonstrou suficientemente a falsa imputação pelo denunciado de fato definido como crime a ministro deste Supremo Tribunal, tipificando o delito previsto no artigo 138 do Código Penal”, afirmou Cármen Lúcia.

A relatora disse ainda que mesmo uma brincadeira não permite ofensa à honra de uma pessoa.

Ministro Gilmar Mendes preside sessão da 2ª turma do STF em março — Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

O ministro Flávio Dino lembrou que Mendes votou diversas vezes contra decisões de Moro e que há uma diferença entre dizer que um juiz é burro e que um magistrado vende e trai a toga.

Dino afirmou que a retratação feita pelo senador não foi total. “Examinei a retratação, que deveria ser cabal, e não identifique isso nos autos. A soma disso me leva a considerar que há suporte empírico para que a peça atende aos requisitos do Código Penal”, disse.

Agora, Moro vai responder a uma ação penal, quando os ministros vão decidir se ele será absolvido ou condenado. A PGR pediu a perda do mandato do senador.

A defesa de Moro pediu a rejeição da denúncia da PGR, sendo que o senador não havia praticado nenhuma conduta atípica. Para os advogados, os fatos imputados pela PGR não correspondem ao que ocorreu.