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Polícia tentou resgatar Djidja Cardoso de casa da família um mês antes da morte dela em Manaus

Polícia tentou resgatar Djidja Cardoso da casa da família cinco dias antes da morte dela

Agentes da Polícia Civil estiveram na casa de Djidja Cardoso um mês antes dela ter sido encontrada morta, em Manaus. Na data da gravação, no dia 24 de abril, parentes haviam registrado um Boletim de Ocorrência (BO) informando que ela estaria em cárcere privado. O vídeo, obtido com exclusividade pela Rede Amazônica, mostra quando os policiais foram até a residência apurar a denúncia (veja o vídeo acima).

O vídeo mostra um agente entrando na casa, acompanhado de Ademar e Cleusimar, irmão e mãe da ex-sinhazinha, que estão presos desde o dia 30. Os dois aparecem discutindo com o policial após ele perguntar onde estava o quarto de Djidja.

Veja o diálogo entre eles:

– “O senhor está falando da minha filha?”, disse a mãe
– “Da sua filha, da sua filha, Djidja, isso mesmo”, disse o policial.
– “Ela não está de cárcere privado, meu amor”, disse (outra pessoa)
– “Mande ela abrir”, disse o policial

O vídeo mostra ainda que os policiais foram até a porta trancada de um dos cômodos da casa, que seria o quarto de Djidja, mas ela não teria aceitado deixar o local.

Os familiares que denunciaram a situação de cárcere afirmaram queriam tirar a ex-sinhazinha da casa. Eles haviam criado um grupo de WhatsApp em um aplicativo de mensagem intitulado “Salvamento da Djidja” após a morte da avó da ex-sinhazinha.

“A gente tentou nos reunir algumas vezes para tentar tirar ela de lá. Mas a Djidja não quis sair de lá, porque foi registrado o BO como cárcere privado. A nossa intenção era a polícia ver o estado que ela se encontrava, o Samu ver o estado que ela se encontrava e levasse”, disse uma familiar que preferiu não se identificar.
Djidja Cardoso morreu na madrugada do dia 28 de maio, aos 32 anos. A principal hipótese da polícia é de que ela teve uma overdose de cetamina, substância anestésica que causa alucinações e dependência.

Últimos registros de Djidja em vida
Novos vídeos, obtidos com exclusividade pela Rede Amazônica, mostram as últimas horas de vida de Djidja Cardoso. As imagens foram gravadas no fim da noite de 27 de maio e na madrugada de 28 de maio.

No registro, feito pelo ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto, que também foi preso, é possível vê-la segurando um frasco de cetamina na mão esquerda e uma seringa, na mão direita. Bruno pediu para a ex soltar a droga. Ela resistiu.

Em outro vídeo, Djidja aparece na cama enquanto procura a tampa de uma seringa. Bruno reclama que quer dormir e como resposta, ouviu: “eu vou me aplicar”.

“Eu tentei”, diz o ex-namorado. Djidja pergunta “tentou o quê?”, e Bruno responde:

“Te salvar. Mas olha aí como tu tá. Tu não quer parar de usar isso.”

Prisões após a morte de Djidja
Após a morte da ex-sinhazinha, a polícia deflagrou a operação Mandrágora que prendeu o irmão e mãe de Djidja e outros três funcionários da rede de salões de beleza da família. Ampolas da droga foram encontradas na casa em que Djidja morava, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte de Manaus, e em salões de beleza da família.

De acordo com a Polícia Civil, Djidja, o irmão e a mãe já eram investigados há mais de um mês por envolvimento em um grupo religioso que forçava o uso da droga para alcançar uma falsa plenitude espiritual.

O ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto, e o coach da família Cardoso, Hatus Silveira, foram presos na sexta-feira (7), em uma nova fase da investigação. Além deles, dois funcionários da clínica veterinária suspeita de fornecer cetamina à família de Djidja foram presos. O dono da clínica se entregou à polícia no sábado (8) após ter a prisão decretada pela justiça.