Justiça

Ex-cabo da PM acusado de assassinar jovem durante bloco carnavalesco senta no banco dos réus

Cortesia

Bruno Macena

O ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, Samuel da Silva Souza, acusado de assassinar o filho de um sargento da PM, Bruno Macena da Silva, em fevereiro de 2012 durante um bloco carnavalesco na cidade de Murici, está sendo julgado nesta quinta-feira, 20, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro.

O Tribunal do Júri está sendo presidido pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim, titular da 9ª Vara Criminal da Capital.  Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça, o Júri Popular teve início nesta manhã e deve se estender até as 20h de hoje.

Samuel da Silva foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de homicídio qualificado. Na tarde do dia 21 de fevereiro de 2012, durante o bloco Tudo Azul, em Murici, o ex-policial efetuou disparos de arma de fogo que resultaram na morte de Bruno Macena e deixaram o major da PM/AL, Marcelo Araújo, e um amigo do jovem,  Marconde da Silva, feridos.

O crime teria sido motivado por um desentendimento entre os envolvidos durante o cortejo do bloco carnavalesco. Na ocasião, o acusado portava ilegalmente uma pistola PT 380, municiada e no nome de outra pessoa.

Em sua defesa, o réu disse que sofreu agressão e se fez do direito de defesa, por se sentir acuado por aproximadamente 10 homens, para realizar os disparos de arma de fogo. “Eles já vinham agressivos desde o início do bloco. Cheguei próximo ao grupo e disse “que ali não é lugar de confusão”. Marconi pegou no meu braço e levou um tiro de raspão no braço. Eu levei murros e chutes. Peguei a arma e um dos tiros infelizmente pegou no Bruno. Depois, a polícia chegou”, relatou o acusado em interrogatório.

No entanto, testemunhas contaram outra versão para o fato. Os amigos de Bruno Macena relataram em depoimento que o desentendimento teria iniciado com a equipe de segurança do bloco após alguns foliões sentirem choques nas costas. O grupo foi reclamar com os seguranças e o acusado, supostamente embriagado, teria se envolvido.

“Estava brincando no bloco quando senti um choque na lombar. Fui reclamar com uma pessoa da segurança da equipe que estava próximo o acusado. Conversamos e continuamos andando. Mais a frente, essa mesma pessoa que deu o choque, se aproximou. Reclamamos mais uma vez e Samuel estava próximo de mim. Eu proferi uma palavra de baixo calão e dei as costas. Neste momento, Samuel efetuou um disparo, que pegou no seu pescoço e ficou alojado. A partir daí, só ouviu dizer que o Marconi tentou desarmar o Samuel e levou dois tiros e o Bruno foi atingido e morreu”, disse o oficial da PM durante interrogatório.

Após o crime, o acusado foi preso e expulso, posteriormente, dos quadros da Polícia Militar de Alagoas.

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