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Exames apontam que crânio encontrado por pescadores em açúde era usado para estudo

Polc

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A Polícia Científica de Alagoas (Polc) informou nesta quinta-feira, 27, que o crânio humano encontrado no último dia 06 de junho por pescadores em uma açude na cidade de Mar Vemelho estava sendo usado para estudo antes de ser descartado irregularmente.

O crânio passou por exames de Antropologia Forense e Odontologia Legal, que foram realizados no Instituto Médico Legal Estácio de Lima.

O achado do crânio aflorou a curiosidade dos moradores da região e o mistério aumentou ainda mais quando, nos levantamentos iniciais, não foi encontrado nenhum registro policial de desaparecimentos de pessoas na região.

Assim que o achado foi confirmado, a Polícia Científica de Alagoas foi acionada para entrar no caso. Após a perícia de local, o crânio foi recolhido para o IML de Maceió, ficando custodiado no Departamento de Identificação Humana, onde foi examinado pelo perito odontolegista Dr. João Alfredo Guimarães.

O exame confirmou que o crânio humano esqueletizado possui características morfológicas qualitativas do sexo masculino e está com todas as suturas cranianas presentes e evidentes.

O perito esclareceu que encontrou parafusos oxidados e perfurações feitas por parafusos, além de uma mola presa à mandíbula, que serviria para articular essa estrutura óssea com o crânio. “Não há lesões cranianas evidentes que forneçam indícios da causa da morte. Os parafusos e perfurações encontradas indicam que o crânio pudesse estar sendo utilizado para algum tipo de estudo”, explicou o Dr. João Alfredo Guimarães, no laudo emitido após a conclusão do exame.

A chefe do Departamento de Identificação Humana do IML, perita odontolegista Dra. Ana Paula Cavalcante Carneiro Nemésio, explicou que, sempre que uma ossada é apresentada para exame, o crânio é periciado pelo odontolegista. Por meio da avaliação pericial do crânio é possível a realização de estudos antropológicos que permitem a determinação do sexo e também estimativa da idade.

Com o propósito de uma possível identificação odontolegal, os arcos dentários também são examinados para comparação com dados odontológicos do indivíduo (dados de prontuários odontológicos produzidos por cirurgiões-dentistas em atendimentos clínicos e que seriam trazidos por familiares reclamantes da ossada ou crânio). Além disso, o perito odontolegista também faz a coleta de elementos dentários que servirão como amostra biológica para possível comparação genética, caso se faça necessário, para a identificação da ossada em estudo.

O laudo sobre o crânio encontrado já está disponível para o 105º Distrito Policial de Mar Vermelho. O resultado do exame irá subsidiar o inquérito policial que deverá procurar identificar quem usava o crânio para estudo e descartou irregularmente o material no lago da praça.