A seleção brasileira não está nada satisfeita com a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) nesta Copa América – e vem fazendo questão de deixar isso claro.
No último domingo (30), o volante Bruno Guimarães detonou a rígida regra de atrasos imposta pela entidade, que já suspendeu os técnicos da Argentina, Lionel Scaloni, e do Uruguai, Marcelo Bielsa, por demorarem para voltar dos vestiários após os intervalos dos jogos.
“Acho que a Conmebol tem coisa mais importante para se preocupar do que isso…”, ironizou o meio-campista.
Antes disso, o atacante Vinicius Jr. usou palavras ainda mais fortes para reclamar da Confederação, em entrevista logo depois da goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai. Não faltaram itens para o “Malvadeza” detonar…
“A Copa América é sempre complicada pelos campo, pelos árbitros, que são sempre ao contrário (do Brasil), pela forma que tratam a gente…”, bradou.
“Mas é seguir firme. Só ganhando podemos falar, porque quando a gente fala a Conmebol diz que a gente fala demais”, complementou.
A “guerra de palavras” já havia sido aberta anteriormente pelo lateral-direito Danilo, capitão da seleção brasileira, que reclamou dos campos “apertados” utilizados na competição de seleções, que tem vários estádios de NFL (cujos gramados são um pouco menores que os de soccer) como sedes.
“É nítido o quanto isso prejudica o jogo taticamente. Não fazemos parte dessa definição, e esse é um grande problema do nosso futebol: nunca somos perguntados sobre esse tipo de decisão”, observou o atleta.
Segundo apurou a ESPN, porém, a relação entre CBF (Confederação Brasileira de Futebol), seleção brasileira e Conmebol “azedou” de vez na chegada da equipe canarinho a Las Vegas, após o empate por 0 a 0 com a Costa Rica, na estreia da Copa América.
De acordo com diversas fontes ouvidas pela reportagem, o Brasil desaprovou totalmente a escolha do CT designado pela Conmebol para o time canarinho treinar em Vegas: o Bettye Wilson Soccer Complex, um parque público em uma área longe da “Las Vegas turística” mundialmente conhecida.
A seleção considerou que a estrutura do local era muito aquém do esperado para uma competição do porta da Copa América, além de ser extremamente distante do hotel em que a delegação ficou hospedada, na região de Lake Las Vegas.
Causou incômodo também o fato do Bettye Wilson Soccer Complex ser pouco “protegido” de olhares alheios. Durante os treinos, os atletas ficaram expostos a gritos de torcedores, que subiram em um viaduto próximo ao campo de treinamento e soltaram a voz até serem (claramente) ouvidos.
Depois disso, ainda ocorreu na noite do último sábado (29) o episódio do problema no avião reservado pela Conmebol para transportar a seleção brasileira de Las Vegas até San Jose, local do 3º jogo do grupo D da competição.
Na ocasião, o Brasil teve que esperar a troca da aeronave e atrasou bastante seu deslocamento até a Califórnia, com os atletas chegando no início da madrugada ao hotel em San Jose.
Em meio ao grande desgaste entre seleção e Confederação Sul-Americana, a CBF decidiu que não irá se posicionar publicamente sobre o tema. Os jogadores, porém, estão liberados para fazerem críticas – como as que Vinicius Jr. e Bruno Guimarães já dispararam nos últimos dias.
A ESPN ainda apurou que a entidade presidida por Ednaldo Rodrigues vem sendo constantemente advertida por diversos fatores ao longo da competição. As chamadas de atenção ainda não se converteram em multas ou suspensões, mas é cada vez maior o clima de insatisfação nos bastidores.
Fontes da reportagem ainda apontam que o descontentamento com a Conmebol é compartilhado por várias outras seleções, com o clima ficando ainda pior depois do gancho aplicado a Marcelo Bielsa, treinador do Uruguai.
Em meio a tudo isso, o Brasil segue sua preparação para o importante confronto contra a Colômbia, nesta terça-feira (2), às 22h (de Brasília), no Levi’s Stadium, em Santa Clara.
O time de Dorival Júnior faz seu último treino às 21h15 desta segunda-feira (1º), com o treinador definindo a equipe no duelo que vale a 1ª colocação do grupo D.