Política

Memes com Haddad ganharam proporção muito grande, diz cientista político à CNN

Adriano Machado/Reuters

Adriano Machado/Reuters

Os memes sobre taxação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganharam uma proporção muito grande, avaliou Renato Dolci, cientista político e sociólogo.

“O ponto é que essa narrativa ganhou tanta força e ela entrou no elemento que de fato está na cabeça das pessoas, a ideia de que o Haddad e o governo taxam, que esse negócio ele sai dessa bolha e ele ganha uma escalabilidade muito grande”, disse Dolci. “Então, nos últimos cinco dias a gente viu esse negócio crescer em uma intensidade muito grande”, continuou.

Em um levantamento feito pelo cientista político a partir de ferramentas de monitoramento de redes sociais, foi identificado que os primeiros memes produzidos com mais relevância começaram no dia 3 de julho.

“Foi o primeiro momento que saiu um meme, que era o ‘Zé do Taxão’”, explicou, sobre a imagem que faz referência ao cineasta e ator Zé do Caixão.

A explosão dos memes começou no dia 12 de julho, com uma grande proliferação até esta quarta, com elementos de uma produção organizada e profissional do conteúdo, segundo Dolci.

“Nós temos 11 milhões de menções no X, o antigo Twitter, Instagram e Facebook nesse contexto. 11 milhões é um volume bastante expressivo, a Copa América inteira no Brasil gerou 7 milhões de menções, isso já nos dá uma escala bem razoável do que a gente está falando”, prossegue.

De acordo com o estudo feito por Dolci:

  • do dia 3 ao dia 12, foram feitas 2 milhões de menções;
  • do dia 12 até às 12h desta quarta, foram 9 milhões de menções.

“Então, a gente percebe o que é essa escalabilidade que eu estou comentando que você não controla mais a produção”, observa.

Também foram medidas pelo cientista político as impressões. Nesse caso, foram 1,2 bilhão de impressões nas redes sociais monitoradas.

Uma impressão é quando um conteúdo foi entregue ao feed de alguém, tendo aparecido por ao menos três segundos para o usuário da rede social.

“Mais do que furou a bolha, é um elemento que virou algo contínuo na nossa realidade digital”, finaliza Dolci.