Uma mulher de 34 anos foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, um policial militar de 39 anos, dentro de uma boate no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes no Grande Recife. O crime aconteceu na madrugada do domingo (28).
A vítima, Maria do Carmo de Oliveira, chegou a ser socorrida e levada para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central do Recife, mas morreu no final da manhã. O corpo será enterrado na segunda-feira (29), no Cemitério Bom Jesus dos Passos, em Chã de Alegria, onde a família de Maria do Carmo vive.
O policial foi identificado como Lindinaldo Severino da Silva, ele foi espancado do lado de fora da casa noturna e também está internado no HR.
Confira o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
Onde e como aconteceu o crime?
O crime aconteceu por volta das 3h do domingo, num camarote “open bar” da boate Lounge Music, localizada na Avenida Bernardo Vieira de Melo, no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
De acordo com a Lounge Music, Lindinaldo Severino da Silva se apresentou como policial militar, preencheu um cadastro informando o número da arma e optou por entrar com o objeto na boate;
O PM comprou uma pulseira de acesso ao “open bar” e, de acordo com testemunhas, ao ver a ex-mulher acompanhada de amigos, disparou cinco tiros contra ela;
Dos cinco disparos, quatro atingiram a vítima e uma bala ficou travada no revólver;
Depois de atirar, o policial militar foi imobilizado pelos seguranças da boate Lounge, que apreenderam a arma;
Lindinaldo Severino conseguiu sair da casa de shows e foi espancado por pessoas que estavam do lado de fora do estabelecimento;
Quem era a vítima e para onde foi levada após os tiros?
Maria do Carmo Oliveira, de 34 anos, era ex-esposa do policial militar Lindinaldo Severino da Silva, de 39 anos;
Era natural de Chã de Alegria, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, a 56 quilômetros do Recife;
Ela estava desempregada e se dedicava à criação dos filhos que teve com o policial militar: um adolescente de 14 anos e uma menina de 3 anos;
Depois da separação, ela continuou morando em Jaboatão dos Guararapes com os filhos e sempre se comunicava e se encontrava com a família. Além dos filhos, ela deixou a mãe, seis irmãos, além de sobrinhos e outros familiares;
Maria do Carmo foi atingida por quatro disparos e encaminhada, primeiramente, para Hospital e Policlínica Jaboatão Prazeres, em Cajueiro Seco;
Em seguida, foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife;
Em entrevista à TV Globo, a irmã de Maria do Carmo, Maria do Socorro de Oliveira, disse que a irmã não resistiu aos ferimentos e morreu no final da manhã de domingo (28).
Qual era a relação entre a mulher e o atirador?
Maria do Carmo Oliveira foi casada com o policial militar Lindinaldo Severino da Silva durante 14 anos;
O casal tinha dois filhos, um adolescente de 14 anos e uma menina, de 3 anos;
Segundo a família de Maria do Carmo, os dois estavam separados há um ano e meio, mas o ex-marido perseguia a mulher;
A irmã de Maria do Carmo disse em entrevista à TV Globo que a irmã completou 34 anos no dia 19 de julho e saiu para comemorar com amigas. Neste dia, o ex-marido foi atrás dela num bar, mas não a encontrou, pois ela já tinha voltado pra casa;
A irmã da vítima também afirmou que Maria do Carmo não acreditava que Lindinaldo pudesse ser violento e por isso não tinha registrado queixa contra ele por conta das perseguições;
O que aconteceu com o PM?
O policial militar Lindinaldo Severino da Silva também precisou ser socorrido, depois de ser espancado por pessoas que estavam do lado de fora da boate;
Ele foi levado, já custodiado, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, pela equipe do 6º Batalhão de Polícia Militar;
Em seguida, o atirador foi transferido para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, no Recife;
Segundo a Polícia Civil, o homem foi autuado em flagrante por tentativa de feminicídio;
A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social vai instaurar um processo disciplinar contra o policial militar.
Por que o policial entrou armado na boate?
Segundo a assessoria de imprensa da Lounge Music, o homem foi liberado para entrar armado na casa noturna porque se apresentou como policial militar e seguiu um procedimento adotado para policiais, de preencher um formulário com as credenciais e o número da arma;
Ainda de acordo com a boate, o atirador foi questionado se deixaria o revólver na “armaria”, ou se entraria com o objeto, e informou que entraria armado;
A Polícia Militar disse ao g1, por nota, que “policiais militares têm direito de portar arma de fogo, de propriedade particular ou fornecida pela instituição, em todo território nacional, mesmo estando fora de serviço, em conformidade com o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003), em seu artigo 6º, § 1º”.
Informou também que “adotará as medidas legais, submetendo-o ao processo administrativo disciplinar, de acordo com o que preconizam as normas internas da Corporação” e que a investigação ficará a cargo da Polícia Civil.