A prefeitura de Rio Largo abriu certame na última terça-feira (30) propondo salário de R$ 2.975,83 para médico psiquiatra
O Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) emitiu nota de protesto contra o valor salarial anunciado no edital de concurso público da prefeitura de Rio Largo, aberto nesta semana.
O ponto de discordância da classe diz respeito especificamente para a remuneração para o cargo de psiquiatra, com carga horária de 20 horas/semana, anunciada em R$ 2.975,83, considerado pela instituição como “vergonhoso” e “indecente”.
“A proposta é tão fora de realidade que muitos colegas médicos estão supondo ter havido erro de digitação, até porque a remuneração ofertada ao clínico do ambulatório (UBS) é de R$6.600, um valor minimamente esperado. Fica incoerente, portanto, o especialista (psiquiatra) receber bem menos, cumprindo a mesma carga horária”, diz trecho da manifestação pública.
O Sinmed informa ainda na nota que, caso não haja retificação do valor por parte do município, entrará com ação judicial contra a proposta.
“Não é sensato propor migalha para cargos que exigem muito investimento científico. Ademais, deve-se levar em consideração, também, a importância da assistência psiquiátrica num momento em que todos os indicativos sociais apontam alta incidência de transtornos mentais”, argumenta o órgão representante da classe médica.
O Alagoas24Horas tenta contato com a assessoria do município para pronunciamento sobre o caso.
Veja a nota na íntegra:
Nota de Protesto
O Sinmed vem a público advertir os gestores públicos para que usem o bom senso ao publicarem proposta salarial nos editais de concurso para preenchimento de vagas de médicos. A instituição considera vergonhoso, por exemplo, ofertar R$ 2.975,83 a um psiquiatra por 20 horas de trabalho, como fez a prefeitura de Rio Largo. Impossível aceitar tamanho absurdo.
A proposta é tão fora de realidade que muitos colegas médicos estão supondo ter havido erro de digitação, até porque a remuneração ofertada ao clínico do ambulatório (UBS) é de R$6.600, um valor minimamente esperado. Fica incoerente, portanto, o especialista (psiquiatra) receber bem menos, cumprindo a mesma carga horária. O Sinmed registra o protesto. Se o município não retificar o erro, será feita uma ação judicial ainda essa semana.
Qualquer gestor pode procurar orientação junto as entidades médicas, a fim de buscar informação confiável em relação ao padrão de remuneração minimamente aceitável para a classe, ao invés de afrontar a população publicando proposta salarial indecente.
Não é sensato propor migalha para cargos que exigem muito investimento científico. Ademais, deve-se levar em consideração, também, a importância da assistência psiquiátrica num momento em que todos os indicativos sociais apontam alta incidência de transtornos mentais.
A saúde mental da população inspira muito cuidado. Lidamos com uma demanda crescente nessa área. Não convém subestimar a necessidade de bons psiquiatras na rede de saúde – com salário digno, naturalmente.