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Dois PMs e um oficial da Marinha são presos por suspeita de ligação com grupo de matadores de aluguel

Quadrilha presta serviços para o jogo do bicho e a máfia de cigarros falsificados. Entre os crimes praticados, estão as mortes de advogado no Centro e de comerciante em Vila Isabel

Reprodução

Câmera flaga o momento que tiros são disparados contra comerciante

A Polícia Civil investiga treze policiais militares suspeitos de ligação com uma quadrilha de matadores de aluguel que presta serviços para o jogo do bicho e a máfia de cigarros falsificados. O bando teria envolvimento com uma série de assassinatos, como o do comerciante Antônio Gaspaziane Mesquita Chaves, em 9 de junho, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, e o do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em 26 de fevereiro, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro.

Ontem, policiais da Delegacia de Homicídios da Capita (DHC) e agentes da Corregedoria da PM fizeram uma operação para cumprir um mandado de prisão e 32 outros de busca e apreensão — 13 deles envolvendo policiais militares. Na ação, dois PMs acabaram presos em flagrante por porte ilegal de arma. Com um deles, foram apreendidos, além de uma pistola, capuzes, celulares, dinheiro e um par de luvas. Outro estava com um fuzil.

O momento em que Ryan foi preso — Foto: Reprodução

Também foram presos um oficial da Marinha e Ryan Patrick Barboza de Oliveira, alvo do único mandado de prisão. Segundo a DHC, ele foi o responsável por monitorar os passos do comerciante Gaspaziane, que teria sido morto por ter desviado dinheiro das máquinas caça-níqueis instaladas em seus bares, que pertenciam a bicheiros.

Ryan é acusado de ter repassado instruções para os executores pelo celular. No momento em que a vítima saiu do bar Parada Obrigatória e entrou em seu carro, que estava parado na Rua Souza Franco, na esquina com o Boulevard Vinte e Oito de Setembro, Ryan deu sinal para os assassinos entrarem em ação. Gaspaziane teve o veículo interceptado por um Polo, do qual desceram os atiradores. Foram cerca de 20 disparos.

Na época, a principal linha de investigação apontava para uma disputa por pontos do jogo de bicho, travada pelos bicheiros Rogério Andrade e Adilson da Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Bernardo Bello, que acabou perdendo toda a região da Tijuca e da Zona Sul.

Três já estavam presos

A polícia também já identificou Cézar Daniel Mondego de Souza e Leandro Machado da Silva, como suspeitos de integrar esse grupo de matadores de aluguel. Os dois estão presos acusados de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo. Leandro, que é policial militar, teria sido o responsável pela parte logística do crime, como o aluguel de carro. Um terceiro suspeito, Eduardo Sobreira Moraes, preso sob a acusação de ter seguido os passos da vítima nos dias anteriores e no próprio dia da execução.

Na operação de ontem, as equipes também cumpriram mandados de busca e apreensão relacionados à investigação que apura as mortes de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e Alexsandro José da Silva, em novembro de 2022, em Del Castilho, na Zona Norte. Catiri trabalhava para o bicheiro Bernardo Bello e foi executado quando deixava uma academia de ginástica.

Procurada, a PM informou que está colaborando com as investigações e que os agentes suspeitos de envolvimento nos crimes vão responder a procedimentos disciplinares que poderão resultar na exclusão dos militares da corporação.