Olimpíadas

Flamengo fanático e sonho do pai realizado: quem é Netinho, dono de bronze no taekwondo nas Olimpíadas

Comitê Olímpico Brasileiro

Comitê Olímpico Brasileiro

Edival Pontes, o Netinho, foi responsável pela terceira medalha de bronze da história do taekwondo do Brasil em Olimpíadas. Nesta quinta-feira (8), em Paris 2024, ele se juntou a Natália Falavigna (Pequim 2008) e Maicon Siqueira (Rio 2016), realizando um sonho que era também de seu pai.

Loidmar Pontes foi um dos grandes incentivadores do agora medalhista olímpico no esporte e morreu em novembro de 2020. A perda do pai, é um ponto marcante na trajetória de Netinho, que nunca escondeu que buscava um pódio em Olimpíadas justamente para honrar o genitor.

“A perda do meu pai foi uma explosão de sentimentos. Sempre pedi a Deus para que ele me preparasse para quando o meu pai partisse. Desde sempre ele sofreu com essa doença no fígado. Deus me preparou e sempre deixou muitas palavras dele para mim”, disse, em entrevista ao “ge”.

“Eu quis desistir em duas partes da minha vida, e meu pai sempre falava: ‘Para mim você é um campeão, mas, a partir do momento em que você desistir, você passa a ser um perdedor’. Isso sempre ficou na minha cabeça. Agora eu vou realizar os sonhos dele. Vou fazer essa luta por nós dois. Apesar de estar melhor, a gente sabe que lá no fundo não está bem. Vou fazer essa daí para ele. Era o sonho dele me ver em um pódio”, complementou ele, em declaração antes mesmo da vaga em Paris.

Netinho, inclusive, teve um obstáculo a mais para conquistar o lugar nas Olimpíadas, já que ficou suspenso por doping até fevereiro deste ano. Ele carimbou o passaporte para Paris, porém, no retorno ao esporte, em abril, no Pré-Olímpico da modalidade.

Antes de se tornar incentivador de Netinho no taekwondo, Loidmar quis que o filho virasse jogador de futebol. Ele, que era zagueiro, o colocou numa escolinha, mas um amigo na rua acabou mudando o destino: é que o pai desse colega era mestre de taekwondo e o convidou para uma aula.

Àquela altura, Netinho tinha sete anos e, logo, se tornaria campeão brasileiro entre os juniores. Ele não parou mais de evoluir, conquistando medalhas de ouro em Jogos da Juventude, Mundial Junior, além do Pan-Americano de 2019. Foi medalhista também em Mundiais e Grand Prix da modalidade.

Em Olimpíadas é que Netinho não havia tido sucesso em Tóquio 2020, na qual acabou perdendo logo na estreia, pelo turco Hakan Recber – em Paris, ele se “vingou” do rival e venceu a repescagem contra ele, antes de garantir a medalha de bronze contra Javier Perez Polo na categoria até 68kg.

O medalhista de bronze do Brasil só não seguiu seu pai na hora de escolher o time de futebol do coração. Loidmar era Fluminense, mas Netinho virou fanático pelo Flamengo.

“O Flamengo é um clube que eu tenho uma paixão desde pequeno. Apesar de o meu pai ter sido Fluminense, eu sempre fui apegado ao meu tio flamenguista. Quando eu tinha dois anos de idade, ele já cantava músicas para mim. A primeira camisa do time, inclusive, foi ele quem me deu. Foi uma paixão que ficou. Foi sempre muito bom ser Flamengo, vendo aquele time jogar e aquela torcida”, contou.

“Até mesmo nas horas que a gente sofreu, na época do Obina. Hoje é só alegria. Sempre gostei muito do Arrascaeta. Mas time que eu assisti muito foi o Império do Amor, com Adriano e Vagner Love. A gente sofreu um pouco naquele tempo, com uma zaga mais ou menos. Mas foi um time que me marcou. Hoje são vários grandes nomes, não tem preço ver isso no seu time”, completou.

Para ser bronze, Netinho também contou com um pouco de sorte com o regulamento do taekwondo. Isso porque ele perdeu para Zaid Kareem, da Jordânia, nas oitavas de final, mas, como o algoz avançou até a disputa do ouro, o brasileiro retornou para a disputa na repescagem.

Recentes