O alto representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, afirmou nesta sexta-feira (23) que o bloco não reconhecerá Nicolás Maduro como presidente da Venezuela até que os registros eleitorais sejam entregues e possam ser verificados.
“Nós seguimos dizendo que tem que provar esse resultado eleitoral. E até o momento não vimos nenhuma prova. Ninguém viu as atas eleitorais, que o Conselho Nacional Eleitoral deve mostrar, deve mostrar qual é esse resultado”, comentou.
“Enquanto não virmos um resultado verificável, não o vamos reconhecer”, sublinhou Borrell.
A fala do diplomata acontece após o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ter confirmado a vitória de Maduro, aceitando os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), apesar de não fornecer os registos eleitorais, conforme exigido pela comunidade internacional.
NOTA DE 11 PAÍSES CRITICA DECISÃO DA JUSTIÇA
Uma nota conjunta de 11 países criticou a decisão da Justiça venezuelana validando a vitória de Maduro. O texto foi assinado por Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Esses países rejeitaram “categoricamente o anúncio da Suprema Corte de Justiça da Venezuela que indicava ter concluído uma suposta verificação dos resultados do processo eleitoral e que busca validar os resultados não comprovados emitidos pelo órgão eleitoral”.
No comunicado, os governos reiteram que “só uma auditoria imparcial e independente que avalie todas as atas garantirá o respeito pela vontade popular”.