As sucessões nas presidências da Câmara e do Senado Federal devem pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a fazer alterações na Esplanada dos Ministérios.
A expectativa no Palácio do Planalto é de que, no início do próximo ano, o presidente altere a equipe ministerial para tentar garantir a governabilidade.
As alterações devem incluir o aumento do espaço do Republicanos e do União Brasil. Os dois partidos despontam como favoritos para assumir as duas casas legislativas.
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No caso do Republicanos, o presidente avalia duas possibilidades. A primeira seria acomodar em um posto ministerial um indicado do presidente nacional do partido, Marcos Pereira.
Pereira desistiu de uma candidatura à Câmara dos Deputados para viabilizar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), que conta com o apoio do PT e do PL para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL).
A segunda seria nomear a senadora Teresa Leitão (PT-PE) para o primeiro escalão. O suplente da parlamentar é Silvio Costa (Republicanos-PE), que assumiria o posto de senador, aumentando a bancada da sigla.
Costa é próximo a Lula, foi vice-líder do governo de Dilma Rousseff, e é pai do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Já em relação ao União Brasil, do senador Davi Alcolumbre (AP), o presidente já foi aconselhado a acomodar o deputado federal Elmar Nascimento (BA) como uma espécie de “prêmio de consolação”.
Elmar tem resistido a desistir da disputa à sucessão na Câmara dos Deputados. No passado, o nome dele chegou a ser sugerido para um posto ministerial, mas o presidente resistiu.
Agora, dizem assessores do governo, uma indicação dele poderia tanto garantir a vitória de Motta, candidato de Lula na Câmara dos Deputados, como fazer um aceno a Alcolumbre, favorito na sucessão ao Senado Federal.
Segundo relatos à CNN, Elmar já teria acenado simpatia por uma vaga ao TCU (Tribunal de Contas da União), outra alternativa para forçar a sua desistência.
Além das duas siglas, Lula avalia um convite ao atual presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Seria uma forma, dizem assessores do governo, de mantê-lo em evidência até as eleições em Minas Gerais.
Lula tem defendido que Pacheco saia candidato ao governo mineiro com o apoio do governo federal. No caso de Lira, a chance de o presidente da Câmara dos Deputados assumir um cargo ministerial é remota.
Lira quer ser candidato a senador em 2026 por Alagoas. E deve disputar pelo campo da direita, já que Lula deve apoiar a reeleição do senador Renan Calheiros (MDB-AL).