Nicolás Maduro, líder do governo da Venezuela cancelou a autorização para que a embaixada da Argentina em Caracas tenha custódia do Brasil no país.
A informação foi confirmada à CNN por interlocutores da oposição venezuelana e por diplomatas brasileiros.
O Itamaraty já foi informado extraoficialmente pela Venezuela que a autorização foi revogada.
Ela havia sido concedida em agosto após a Venezuela decidir expulsar as equipes diplomáticas de pelo menos sete países – incluindo Argentina e Peru – após acusações de fraude nas eleições presidenciais.
Há receio dentre militares brasileiros que a revogação possa levar a prisão dos argentinos que estão sob custódia do Brasil.
Pedro Urruchurtu, integrante da equipe de María Corina Machado que está asilado na embaixada, escreveu na noite desta sexta-feira (6) que “Patrulhas do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência (Sebin) e do Corpo Nacional Bolivariano de Polícia (DAET), juntamente com oficiais encapuzados e armados, cercam e sitiam a Residência Argentina em Caracas, sob custódia e proteção do governo brasileiro”.
A leitura é que a Venezuela aproveitou dois episódios dos últimos dias para tomar a decisão.
O primeiro foram as declarações nesta semana do presidente da Argentina, Javier Milei, sobre a suspensão do X no Brasil.
O argentino disse que é preciso “olhar para o Brasil”, que a Justiça brasileira é “dependente do poder petista”, e que “somente um tirano pode dar aval a semelhante ato de opressão”, em alusão a suspensão do X no Brasil.
A outra é a decisão da Argentina, anunciada nesta sexta-feira (6), de pedir ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que emita ordens de prisão contra Nicolás Maduro e outros integrantes do governo venezuelano.