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Saiba quem era Nathalia Urban, jornalista que morreu aos 36 na Escócia

Jornalista e santista, Nathalia Urban morreu aos 36 anos em Edimburgo, na Escócia — Foto: Arquivo pessoal

A morte da jornalista Nathalia Urban, aos 36 anos, em Edimburgo, na Escócia, gerou comoção nas web, especialmente pela falta de esclarecimentos sobre a causa. Com informações escassas sobre o ocorrido, o g1 preparou um perfil da profissional, que nasceu em Santos (SP) e ganhou repercussão ao abordar temas como: imperialismo, racismo, imigrantes, capitalismo e feminismo no programa em que participava quanto nas redes sociais.

O g1 entrou em contato com o Itamaraty e o Consulado-Geral do Brasil em Edimburgo por mais informações sobre a morte de Nathalia, na quarta-feira (25), mas até a publicação desta reportagem não teve respostas.

A família também não tinha detalhes sobre o ocorrido. Informou que ela foi mantida viva por aparelhos, e que o Brasil 247, onde ela era correspondente, estava cuidando de todos os trâmites relacionados à situação. A equipe de reportagem tentou, sem sucesso, contato com o portal.

Em transmissões feitas na quarta-feira, o Brasil 247 confirmou a morte e mencionou que os órgãos da jornalista seriam doados.

Quem era Natalia?
Nathalia Urban ganhou o nome devido à data de nascimento. Ela veio ao mundo em 25 de dezembro de 1987 na cidade de Santos (SP). Filha de mãe solo, aos 15 anos, se mudou para João Pessoa, na Paraíba, onde morou parte da adolescência.

A própria jornalista, que estagiou no Jornal A Tribuna de Santos, em 2013, no começo da carreira, foi quem contou sobre a trajetória ao também jornalista Leonardo Attuch, em setembro de 2021, durante uma entrevista para o quadro ‘Grandes Jornalistas’ da TV Brasil 247.

Na ocasião, Nathalia contou que foi em João Pessoa que desenvolveu interesse por história e política, influenciada pele professor do Ensino Médio Mário Romero. Foi lá que ingressou na faculdade, quando passou em primeiro lugar no vestibular de Antropologia na Universidade Federal da Paraíba.

A conquista foi uma realização de um sonho dela e da mãe, que pôde ver a filha mais velha ingressar na universidade antes de morrer, pouco tempo depois, em decorrência de um câncer nos ossos.

Com a morte da mãe, porém, e uma relação conturbada com o padrasto e a família, ela se mudou para São Paulo aos 19 anos, onde deu continuidade aos estudos.

Formação
Na capital paulista foi aprovada na PUC São Paulo e deixou a Antropologia de lado e cursou Ciências Sociais, o que, segundo ela, permitiu que ela tivesse uma base mais forte em política, o que se alinhava melhor com os interesses e aspirações.

Pouco tempo depois, voltou à terra natal e estudou Jornalismo na Universidade Católica de Santos. Nathalia contou na entrevista que buscava mais interação com pessoas, que desejava desenvolver um trabalho com um impacto mais imediato na vida delas.

Em 2013 entrou para o Grupo Tribuna, e trabalhou como estagiária no Jornal A Tribuna até a avó morrer e ela buscar um novo significado para a vida, naquele mesmo ano. Foi quando partiu com o companheiro à época para uma vida em Londres, na Inglaterra.

Adeus, Londres!
Insatisfeita com a vida na capital britânica, ela enfrentou desafios como imigrante e passou a se sentir o preconceito na pele, uma nova experiência para ela. A gota d’água para uma nova mudança, desta vez para a Escócia, ocorreu enquanto trabalhava em um salão de beleza.

Ela contou que era a recepcionista e um cliente fez piadas sobre o sotaque dela. A situação, porém, ganhou um toque inusitado quando outro cliente a defendeu e a inspirou sobre a Escócia, falando coisas positivas e incentivando uma mudança, que de fato aconteceu.

O que fazia?
Ela trabalhava no Brasil 247, onde criou o programa Veias Abertas e foi presença constante no Bom dia 247. No portal, trouxe análises sobre questões internacionais e ancorou o programa Globalistas.

Segundo o portal, “Nathalia deixa um legado de combatividade, empatia e luta por todos os povos oprimidos do mundo”.