A polarização nacional entre PT e PL, tão evidente nas redes sociais, não se repete com a mesma intensidade nas disputas municipais brasileiras. Uma análise das candidaturas nas capitais revela que os dois partidos competem diretamente em apenas oito das 26 capitais do país, sinalizando um cenário político local mais diversificado.
Em Fortaleza, a disputa entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) é a mais acirrada, com apenas dois pontos percentuais de diferença, segundo o agregador de pesquisas da CNN. Esta capital cearense é a única onde se vislumbra a possibilidade de um segundo turno que espelhe a polarização nacional vivenciada em 2022.
Mesmo em redutos onde tiveram bom desempenho nas eleições presidenciais, tanto Lula quanto Bolsonaro enfrentam desafios para transferir votos aos seus candidatos. Em São Paulo, por exemplo, onde Lula saiu vitorioso em 2022, seu candidato Guilherme Boulos (PSOL) aparece em empate técnico com Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB).
No Rio de Janeiro, o forte alinhamento com Bolsonaro não foi suficiente para impulsionar Alexandre Ramagem (PL) à liderança, que permanece com o atual prefeito Eduardo Paes.
O cenário eleitoral de 2024 aponta para um avanço significativo da centro-direita. Nas maiores cidades onde pode haver segundo turno, 83 candidatos de diversos partidos desse espectro político lideram as pesquisas, contra apenas 13 da esquerda.
A posse da máquina pública continua sendo um fator determinante nas eleições municipais. Em muitas capitais, os atuais prefeitos despontam como favoritos à reeleição. Um exemplo notável é João Campos (PSB) no Recife, que ultrapassa 70% das intenções de voto.
Segundo levantamento da Arko Advice, 11 capitais devem definir seus prefeitos já no primeiro turno, enquanto nas outras 15, a decisão provavelmente será levada ao segundo turno. Este cenário demonstra que, apesar da polarização nacional, as dinâmicas locais ainda exercem forte influência nas disputas municipais.