Polícia

PF do ES cumpre mandado em Maceió em operação que investiga fraudes bancárias

Uma operação da Polícia Federal do Espírito Santo, deflagrada na manhã dessa quinta-feira (10), deu cumprimento a um mandado de busca e apreensão no bairro Vergel do Lago, em Maceió, na casa de um homem suspeito de estar envolvido em um esquema criminoso voltado à prática de fraudes eletrônicas em contas bancárias mantidas em diversas instituições financeiras do país.

Ascom PF/ES

Polícia Federal

O indivíduo, que não teve a identidade divulgada, foi identificado como destinatário de mais de 30 transferências bancárias, apenas envolvendo a Caixa Econômica Federal, que provocaram prejuízos que ultrapassam R$ 30 mil. O mandado cumprido foi expedido pela 2ª Vara Federal Criminal de Vitória (ES).

A ação foi denominada “Vergel” – por causa do bairro onde fica localizada a casa do suspeito – e é decorrente da operação Não Seja Um Laranja 2, deflagrada pela PF em maio de 2023.

Naquela ocasião, foi cumprido um mandado de busca e apreensão em Serra (ES), na residência de uma mulher que teria sido beneficiária de mais de dez boletos bancários pagos com valores de vítimas que possuíam contas bancárias na Caixa Econômica Federal.

Durante as investigações do material apreendido, a PF identificou que parte dos valores recebidos pela mulher da Serra eram transferidos para contas bancárias do homem de Maceió, caracterizando uma movimentação financeira entre múltiplas camadas de contas bancárias, especialmente de contas digitais, em variadas instituições financeiras, objetivando dificultar a identificação e o rastreio dos valores e das pessoas envolvidas.

Projeto Tentáculos

A operação Não Seja Um Laranja faz parte do Projeto Tentáculos, que tem como um dos principais pilares um Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e a Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, vigente desde outubro de 2017, que se consolidou como referência interna e internacional de cooperação público-privada no combate às fraudes bancárias eletrônicas.

Nos últimos anos, a Polícia Federal detectou um aumento considerável da participação consciente de pessoas físicas em esquemas criminosos, para os quais “emprestam” suas contas bancárias, mediante pagamento. Este “lucro fácil”, com a cessão das contas para receber transações fraudulentas, possibilita a ocorrência de fraudes bancárias eletrônicas que vitimam inúmeros cidadãos. Tais pessoas são conhecidas popularmente como “laranjas”.

A Polícia Federal alerta

Emprestar contas bancárias para receber créditos fraudulentos é crime, além de provocar um dano considerável aos cidadãos, quer pelo potencial ofensivo deste tipo de conduta delitiva, que tem sido um dos principais vetores de financiamento de organizações criminosas, como também pelos prejuízos financeiros a milhares de brasileiros.

As penas podem chegar a oito anos de prisão, mais multas, e ainda serem agravadas se os crimes forem praticados com o uso de servidor mantido fora do Brasil, ou ainda se a vítima for uma pessoa idosa ou vulnerável.