Cleber de Oliveira dos Santos era responsável por fazer análise clínica no material que chegava da Central Estadual de Transplantes e teria liberado os órgãos que infectaram seis pacientes transplantados com HIV, segundo as investigações. Ele era o último dos foragidos.
O biólogo Cleber de Oliveira dos Santos, técnico de laboratório contratado pelo PCS Lab Saleme para fazer análise clínica no material que chegava da Central Estadual de Transplantes, foi preso pela Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (16), quando desembarcou de um avião no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Ele teve a prisão decretada na segunda-feira (14) e era o último dos foragidos.
Segundo as investigações, Cleber teria liberado os órgãos que infectaram seis pacientes transplantados com HIV. A Polícia Civil busca esclarecer os culpados pelos erros nos exames realizados no PCS Lab Saleme.
O biólogo estava foragido da Justiça desde segunda-feira (14), quando um dos sócios do PCS Saleme e outro técnico foram presos. Cleber chegou no Rio por volta das 15h50h no Aeroporto do Galeão, na Zona Norte, em um voo que vinha de João Pessoa, na Paraíba. Ele foi preso no local.
Segundo seu advogado, Cleber estava de férias no Nordeste quando a polícia deflagrou a operação, por isso não foi encontrado imediatamente e demorou para se apresentar na delegacia.
Na terça-feira (15), Jacqueline Iris Bacellar de Assis, a técnica de laboratório cuja assinatura aparece em um dos laudos de órgãos infectados por HIV, também se entregou à polícia.
Os alvos dos mandados de prisão são investigados por:
Relembre o caso
Seis transplantados do RJ testaram positivo para HIV após receberem órgãos infectados. O incidente é inédito na história do serviço de transplantes do estado.
Segundo o governo do estado, o erro foi em 2 exames do PCS Lab Saleme. A unidade privada fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e foi contratada pela SES-RJ em dezembro do ano passado, em um processo de licitação via pregão eletrônico no valor de R$ 11 milhões, para fazer a sorologia de órgãos doados.
Entenda a falha apontada pela polícia:
Em coletiva sobre a Operação Verum, o secretário estadual da Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, disse que, a fim de lucrar, o PCS Lab Saleme deliberadamente afrouxou o controle dos testes em órgãos para transplantes.
“Houve uma falha de controle operacional na qualidade dos testes de HIV, tudo isso para obter lucro”, afirmou Curi.
Segundo as investigações, houve uma ordem para tornar menos frequente o controle de qualidade dos reagentes usados nas análises dos órgãos doados.
Os policiais não deram detalhes de como o afrouxamento supostamente aumentou os lucros do laboratório nem esclareceram se há a possibilidade de nenhum teste ter sido realizado de fato.
Os advogados que representam o laboratório PSC Lab Saleme informaram que os sócios da empresa “prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”.
Quem é quem na operação:
Policiais arrombaram a porta para entrar no laboratório PCS Lab Saleme. — Foto: Reprodução/ TV Globo