Recomposição da vegetação em área de três hectares está em fase de manutenção e monitoramento
O Projeto Aflora Mangue concluiu o plantio de espécies nativas de manguezal e da Mata Atlântica às margens da Lagoa Mundaú, em uma área de aproximadamente três hectares, nas proximidades do Riacho do Silva. Essa ação é a fase inicial do Projeto que prevê a recomposição de uma área total de 47 hectares.
Atualmente, o plantio está em fase de manutenção que inclui irrigação periódica, controle da vegetação invasora e substituição das mudas que não se desenvolveram. Durante os próximos anos, após a implementação do plantio, será realizado o monitoramento, no qual serão avaliadas as condições gerais do desenvolvimento das plantas através de indicadores como altura e diâmetro do caule.
Cerca de 3.875 mudas de manguezal foram plantadas em um espaço de 1,67 hectare, e outras 2.565 de Mata Atlântica – como ipês, ingás e jatobás – foram introduzidas em 1,54 hectare, em área de transição – uma faixa do solo que já não sofre a interferência direta das marés.
As mudas utilizadas na recomposição vegetal foram adquiridas de viveiros credenciados ou produzidas no local, a partir da coleta de sementes encontradas na própria área do projeto. A equipe responsável pelo Projeto Aflora Mangue é formada por profissionais com experiência neste tipo de ação.
Como foi feito o plantio
Atividades preparatórias foram desenvolvidas para garantir o sucesso do plantio do manguezal. Primeiro, o solo ficou em “repouso” para receber nutrientes da água trazida pelo movimento das marés. A vegetação invasora, capaz de prejudicar o desenvolvimento das plantas nativas, foi removida. Por último, a área foi cercada para proteger as mudas da ação de animais.
A implementação de medidas de compensação ambiental consta no Termo de Acordo Socioambiental, firmado em dezembro de 2020 entre a Braskem e o Ministério Público Federal, com participação do Ministério Público do Estado de Alagoas e adesão do Município de Maceió.
Importância do manguezal
O manguezal é um ecossistema importante para a fauna aquática e terrestre. Também protege o solo das margens de rios e lagoas contra a erosão. Na região, o ecossistema é formado por três tipos de arvores características: o mangue vermelho, o preto e o branco. A transição entre elas é marcada pela influência das marés sobre o solo e a vegetação.
A zona do mangue vermelho é aquela mais próxima da lagoa e fica a maior parte do tempo submersa. Nesse ambiente, destacam-se as enormes raízes expostas, facilmente confundidas com caules.
O mangue preto fica na faixa um pouco mais distante da lagoa, mas ainda recebe influência direta das marés. Nessa zona o solo fica seco quando a maré baixa e submerso quando a maré sobe. As raízes expostas pontiagudas e retorcidas são características da vegetação nessa área.
Já o mangue branco está na zona mais distante da lagoa e fica submerso apenas nas marés mais altas. As raízes emergem em menor quantidade do solo, e se diferenciam das demais espécies pela cor avermelhada dos talos que ligam as folhas ao tronco.
Bom parto
Este mesmo trabalho de recuperação de áreas de manguezal já começou no Bom Parto, que terá 1,41 hectares de área plantada com aproximadamente 3.525 mudas de mangue.