Os alunos terão acesso a um livro que mostra de forma prática como promover a economia azul nos territórios marítimos, além de um índice para mensurar o grau de maturidade das cidades nesses esforços
A nova edição do curso de curta duração “Economia Azul e Cidades”, oferecido pelo Insper, com inscrições abertas até 21 de novembro, traz para os alunos duas novidades principais: o guia de governança e o lançamento do índice voltado para a economia azul. “Nesse guia, chamado de Governança para a Economia Azul: uma estratégia competitiva, cujo acesso é restrito aos alunos, trazemos as implicações inovadoras da economia azul para o desenvolvimento econômico, social e ambiental”, diz Antonio Pinaud, docente à frente do curso e especialista em planos de desenvolvimento local e regional sustentável. “Essa obra é um verdadeiro guia de implantação de uma estratégia de desenvolvimento local nos territórios marítimos por meio de ferramentas e metodologia para elaboração de um plano para geração de emprego e renda de forma convergente e sustentável”, completa.
Já o índice reúne indicadores sociais, de sustentabilidade e de governança para mensurar o grau de maturidade das cidades brasileiras em economia azul, possibilitando inclusive fazer comparações entre elas. Estão contemplados ao todo nesse índice 443 municípios costeiros, incluindo 280 em frente ao mar. “Para chegar a esse índice inédito no mercado, construímos uma metodologia de gestão dos indicadores, com dados provenientes de fontes oficiais. O trabalho contemplou, ainda, a criação da plataforma que possibilita aos alunos visualizar com facilidade cada um dos indicadores”, explica Pinaud. É possível, ainda segundo o professor, comparar as cidades em relação à quantidade de empresas inseridas na economia azul; qualidade do ar; tratamento de efluentes; e coleta de resíduos, entre outros indicadores. Um dos objetivos disso é identificar boas práticas que possam ser reproduzidas em todo o país.
O indicador pode contribuir inclusive para fomentar as chamadas bluetechs, ou seja, as startups que inovam a partir do oceano. O incentivo a essas empresas está ocorrendo em todo o mundo, como no Global Innovation Week realizado em Portugal em 2022, bem como no Fórum Oceano da ONU (Organização das Nações Unidas), que dedicou parte dos seus últimos eventos para as inovações e tecnologias oceânicas. Há diversos exemplos de bluetechs, com destaque para a área da produção energética, como a energia proveniente das marés, das ondas, da eólica offshore e do hidrogênio verde. Também têm crescido as que atuam na produção de alimentos, por meio de fazendas marinhas, aquicultura (produção de plantas e animais em ambiente controlado), algicultura (cultivo de algas), maricultura (produção de organismos aquáticos no mar), além da produção de medicamentos e cosméticos provenientes dos recursos marinhos.
Há, ainda, inovações na produção de fertilizantes por meio de recursos do oceano. “Precisamos citar também o potencial de inovação da economia das praias, que são os hubs de negócio da economia do mar mais populares e com grandes oportunidades de empreendedorismo, emprego e renda, principalmente nos setores do turismo, comércio, gastronomia, entretenimento, lazer e esportes”, diz Pinaud.
Primeira edição do curso foi bem-sucedida
A edição de lançamento do curso motivou um dos alunos a organizar um seminário sobre economia do mar no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói, cidade do Rio de Janeiro, que contou com a presença de especialistas e autoridades e com um público de mais de 600 pessoas. “O Robson Carneiro, presidente da FACERJ (Federação das Associações Comerciais do Estado do Rio de Janeiro), fez nosso curso e ficou impactado pelo conteúdo”, comenta Pinaud.
O evento resultou na assinatura de dois memorandos de entendimento: um entre a CACB (Confederação das Associações Comerciais do Brasil), a FACERJ e a Abeemar (Associação Brasileira de Empresas de Economia do Mar) para fomentar a economia do mar sustentável em todo o Brasil e outro entre o governo do estado do Rio de Janeiro e a prefeitura de Niterói. “O associativismo está ligado à economia azul, já que a união entre os atores do ecossistema é fundamental para o desenvolvimento local e o ganho de competitividade de cada uma das atividades econômicas envolvidas”, finaliza o professor.