Política

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça são afastados em investigação que apura venda de sentenças

Magistrados vão ter de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de entrar no tribunal. Outros servidores públicos, incluindo um juiz e um procurador, advogados e empresas supostamente beneficiados pelo esquema também são alvos.

Operação em Campo Grande mira venda de sentenças no judiciário — Foto: Reprodução

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul foram afastados nesta quinta-feira (24) em razão de uma investigação que apura venda de corrupção e venda de sentenças.

Os afastamentos foram determinados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também autorizou a Polícia Federal a cumprir, com apoio da Receita Federal, 44 mandados de buscas contra eles, outros servidores públicos, 9 advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema.

Também são investigados um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados e um procurador de justiça.

As ordens são cumpridas em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá.

Os 5 magistrados terão que usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de acessarem as dependências dos órgãos públicos e de se comunicarem com outras pessoas investigadas.

Segundo as investigações, entre os crimes cometidos pelo grupo estão lavagem de dinheiro, extorsão, falsificação e organização criminosa.

A operação é fruto de três anos de investigação da Polícia Federal e foi batizada de “Ultima Ratio”, um princípio do Direito segundo o qual a Justiça é o último recurso do Poder Público para parar a criminalidade.