Estratégia tenta furar a bolha do PSOL e da esquerda e atrair votos que vão para Ricardo Nunes (MDB). Campanha do atual prefeito vê "papelão" e lembra divulgação de laudo falso feita pelo empresário contra o candidato do PSOL.
Atrás nas pesquisas, Guilherme Boulos (PSOL) vai para o tudo ou nada ao aceitar um convite para participar de uma sabatina de Pablo Marçal (PRTB) às vésperas do segundo turno.
O entendimento na campanha do candidato do PSOL é que, na reta final, é preciso alcançar um público fora da bolha que o trouxe até o segundo turno, mas que tudo indica ser insuficiente para bater Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
O Datafolha divulgado na quinta-feira (24) mostra Nunes com 49% das intenções de voto ante 35% de Boulos.
Entre os eleitores de Marçal – que foi derrotado no 1º turno – Nunes lidera, com 74% das intenções de voto. Boulos tem 11%. Em relação ao levantamento anterior, entretanto, o candidato do PSOL oscilou 3 pontos para cima (tinha 8%) e o do MDB, 3 pontos para baixo (tinha 74%). A margem de erro é de 6 pontos nesse segmento.
Para aliados de Boulos, falar com Marçal “mexe com o algoritmo das redes sociais”, ajuda a manter Boulos em evidência e pode ajudar o candidato do PSOL a conquistar eleitores entre os mais jovens.
Campanha de Nunes vê ‘papelão’
Para a campanha de Ricardo Nunes, no entanto, trazer Marçal – que foi derrotado no 1º turno – de volta ao cenário da disputa eleitoral é um erro e um “papelão” de Boulos.
Os aliados do candidato do MDB lembram que, na sexta-feira (4) que antecedeu a votação de 1º turno, Marçal divulgou um laudo falso para associar Boulos ao uso de drogas.
“Não se pode fazer qualquer coisa por uma eleição. Marçal o chamou de marginal, cheirador, apresentou um laudo falso, mexeu com a família dele. Topar um negócio desses é bizarro. Falta de brio, de amor próprio”, diz um aliado de Nunes.