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Líder religioso que dizia incorporar espírito é preso por suspeita de crimes sexuais

Kléber Aran foi preso na manhã deste sábado (9), no bairro da Pituba, em Salvador — Foto: Reprodução

Kléber Aran foi preso durante um evento aberto ao público, em que seriam realizadas supostas cirurgias e tratamentos espirituais. Conforme a polícia, o homem é investigado por delitos cometidos contra três mulheres.

O mandado de prisão preventiva expedido pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Salvador foi cumprido por equipes do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV) da Polícia Civil no bairro da Pituba, onde fica o templo do Amor Supremo.

Ainda segundo a polícia, Kléber Aran tinha vários endereços, pois promove atos religiosos dessa natureza em cidades como Manaus (AM), São Luiz (MA), Maceió (AL) e Aracaju (SE). Nas redes sociais, ele se apresenta como médium.

A reportagem tenha localizar a defesa do homem, que passará por exames de lesão corporal e está à disposição da Justiça.

 

Kléber Aran Ferreira da SilvA foi denunciado por abusos sexuais — Foto: Reprodução/TV Bahia

Histórico

Em setembro do 2020, o Ministério Público recebeu relatos de quatro pessoas, das quais três eram mulheres, todas da capital baiana. A polícia não confirmou que essas três pessoas são as mesmas que procuraram o órgão estadual há pouco mais de quatro anos. Na época, a defesa de Kléber Aran disse que as acusações eram falsas.

Em abril de 2021, o MP-BA cumpriu mandados de busca e apreensão na “Operação Cristal”, desencadeada por meio de atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da 24ª Promotoria de Justiça de Salvador. O objetivo era complementar as provas das práticas ilícitas relatadas pelas vítimas.

Na oportunidade, o MP-BA divulgou que elas eram levadas a participar de rituais supostamente religiosos, mas que serviam, na verdade, para “satisfação dos desejos libertinos” do investigado. O órgão ainda detalhou que o suspeito conseguia o silêncio da pessoas por meio de ameaças à integridade física e mental.

Durante as investigações, foram apresentados pelas vítimas ao órgão estadual arquivos de áudio extraídos de conversas de aplicativo de mensagens, revelando “as ações de Kléber Aran para submetê-las à sua lascívia, após criar a ilusão de que teriam sido escolhidas para serem as guardiãs do Cristal”.

Ainda conforme informações do MP, essas pessoas eram cercadas de uma atmosfera de confiança e apreço, levadas a acreditar que a conduta do investigado partia de necessidades espirituais. Após a concretização dos crimes, ele submetia as mulheres a “situações de humilhação e subserviência, permeadas por forte violência espiritual, psicológica, sexual e até financeira”.

Sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA), em Salvador — Foto: Alan Oliveira/G1