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Dólar dispara com pressão de cenário externo e demora sobre corte de gastos no Brasil

Jovem Pan News

Dólar dispara com pressão de cenário externo e demora sobre corte de gastos no Brasil

O dólar subiu 1,05% nesta sexta-feira (8), encerrando o dia cotado a R$ 5,735. A alta foi impulsionada pela decepção dos investidores com as recentes medidas de estímulo econômico na China e pela indefinição sobre o pacote de cortes de gastos do governo brasileiro.

Ao mesmo tempo, o índice de inflação (IPCA) em outubro superou as expectativas, o que trouxe mais preocupação ao mercado sobre o controle da inflação no Brasil.

Na Bolsa de Valores, o índice B3 recuou 1,42%, atingindo 127.829 pontos, pressionado principalmente pela queda nas ações da Vale, devido à baixa de commodities no cenário internacional.

No contexto internacional, a Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo da China aprovou um pacote de refinanciamento de dívidas de governos locais no valor de 10 trilhões de yuans (aproximadamente R$ 8 trilhões).

O mercado esperava um valor maior, o que gerou incertezas sobre a capacidade da China de amortecer os impactos de uma guerra comercial mais ampla, especialmente se Donald Trump, recentemente eleito presidente dos EUA, implementar tarifas comerciais elevadas, que ele prometeu aumentar para até 60% sobre produtos chineses.

No Brasil, o mercado segue atento à definição de um pacote de cortes de despesas prometido pelo governo federal para aumentar a sustentabilidade fiscal.

A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresente as medidas em breve, mas a demora eleva a incerteza entre os investidores.

Em outubro, o IPCA registrou alta de 0,56%, acima da previsão de 0,54%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,76%, enquanto a meta para 2024 é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Na quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic para 11,25% ao ano.

Em contraste, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, colocando-a entre 4,5% e 4,75% ao ano, uma medida que suaviza o aperto monetário no país.