Maceió

MPF discute branqueamento dos corais em Alagoas com pesquisadores da UFAL

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas realizou uma reunião na última segunda-feira (11 de novembro) com os professores Ricardo Miranda e Robson Santos, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), para discutir o fenômeno do branqueamento dos corais no Estado. A reunião foi convocada pelo Procurador da República Lucas Horta de Almeida, que, em outubro, instaurou o Inquérito Civil Público (ICP 1.11.000.001157/2024-07) para investigar as causas do branqueamento de corais no litoral de Maceió e buscar soluções para reverter ou reduzir o fenômeno.

Na ocasião, o MPF solicitou cópia do projeto “Corais de Alagoas” lançado pelo governador Paulo Dantas no mesmo dia (11). O projeto, que conta com o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e da UFAL, visa combater o branqueamento dos corais e promete revolucionar os esforços de conservação marinha no estado.

De acordo com o professores, o branqueamento dos corais é um indicativo de estresse ambiental e reflete uma crise ambiental global, intensificada por fenômenos climáticos como El Niño agravadas por ações humanas. Ele ocorre quando os corais expulsam as algas simbióticas que lhes fornecem alimento e cor, tornando-os vulneráveis e comprometendo seu crescimento e reprodução.

Entenda o Branqueamento dos Corais – O branqueamento dos corais ocorre quando estes expulsam as algas simbióticas (zooxantelas) devido a condições adversas como aumento da temperatura da água e poluição. Sem as zooxantelas, os corais perdem suas cores vibrantes e tornam-se vulneráveis, comprometendo seu crescimento e reprodução. Embora não signifique morte imediata, o branqueamento enfraquece os corais, reduzindo significativamente suas chances de sobrevivência a longo prazo.

A degradação dos corais acarreta graves prejuízos, como a perda de biodiversidade marinha, impactos negativos na pesca e no turismo, aumento da erosão costeira, e danos econômicos às comunidades que dependem desses ecossistemas. Além de comprometer habitats essenciais para diversas espécies, a perda dos corais reduz a proteção natural contra tempestades e afeta a segurança alimentar e os meios de subsistência de cerca de 500 milhões de pessoas no mundo. Isso evidencia a urgência de medidas para sua preservação e recuperação.