“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. […] Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, afirmou.
Moraes também deixou claro que, na opinião dele, a “pacificação” do país não pode envolver a anistia a golpistas e vândalos.
“Ontem é uma demonstração de que só é possível essa necessária pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, disse.
“Nós sabemos, e vocês do Ministério Público sabem, que o criminoso anistiado é o criminoso impune. E a impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem. As pessoas acham que podem vir até Brasília, tentar entrar no STF para explodir o STF. Porque foram instigadas por muitas pessoas, lamentavelmente várias com altos cargos na República.”
- Cármen Lúcia
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia falou sobre o atentado ao abrir a sessão da Corte nesta quinta.
Ela disse que o Brasil “foi dormir preocupado” com o episódio, mas que os cidadãos amanheceram “ocupados” em manter as funções para garantir a “continuidade, estável, segura e contínua das instituições democráticas”.
“Nesse sentido, nós damos continuidade aos nossos trabalhos com a mesma tranquilidade, destemor, e principalmente comprometimento com a democracia brasileira”, declarou Cármen Lúcia.
“Graves acontecimentos não comprometem o que é mais sério e de nossa responsabilidade, que é trabalhar para que a democracia brasileira se sustente, como vem se sustentando, em qualquer tipo de adversação que possa, de alguma forma, abalar a sua estrutura e dinâmica”, completou.
- André Mendonça
O ministro André Mendonça, também membro do TSE, acompanhou a fala de Cármen Lúcia na sessão.
“[…] Subscrevendo as palavras sobre os lamentáveis e graves e lamentáveis ocorridos ontem. São fatos que se distanciam e não se adequam à paz social e à liberdade democrática”, disse Mendonça.
“Ao contrário, que merecem e devem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes, que já estão se encarregando dessa questão. São fatos que nos fazem a todos reafirmar o nosso compromisso com a paz, com a liberdade sadia, e que na democracia o único embate que é possível é de ideias e não qualquer tipo de prática violenta”, completou.
- Flávio Dino
O ministro Flávio Dino comentou o caso em um evento fechado em Foz do Iguaçu (PR).
“O ataque não é ao edifício do STF. O ataque é contra a legalidade, contra a Constituição. Ontem um cidadão disse ‘minha solidariedade, eu sou de direita’. Eu disse: ‘E daí? O senhor tem mão esquerda e perna esquerda, o senhor é algo a mais do que uma posição politica partidária'”, relatou.
“Isso permite que consigamos fazer a distinção fundamental: pensar diferente é uma coisa, exterminar diferente, é outra coisa. Pensar diferente é positivo, é saudável”, ponderou Dino.