Na última sexta-feira (22), a Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) interditou um abate clandestino de bovinos em uma fazenda localizada na zona rural de Penedo, em Alagoas. A ação, realizada após trabalho de inteligência, resultou na apreensão de quatro carcaças e cortes de carne destinados a um ponto comercial da cidade.
A carne estava acondicionada de maneira inadequada, dentro de um reboque de veículo, envolta em papelão sujo, com moscas e sem qualquer tipo de refrigeração ou condições sanitárias mínimas. Além disso, os responsáveis pela atividade não utilizavam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e ignoravam as normas de higiene exigidas para o abate de animais.
A promotora de Justiça Lavínia Fragoso, que acompanhou a operação, destacou que não havia nenhuma licença ambiental para o abate, e que os resíduos gerados pela atividade eram descartados a céu aberto, nos fundos da propriedade, formando um “cemitério de carcaças”. Isso evidenciou o caráter irregular e imprudente da prática, com graves riscos à saúde pública e ao meio ambiente, especialmente em relação aos recursos hídricos e ao solo da região.
Além da apreensão da carne, foram confiscadas as ferramentas utilizadas no abate e corte dos animais. O proprietário da fazenda foi autuado por várias infrações, incluindo a falta de licença ambiental para o abate, o uso ilegal de um poço e o descarte irregular dos resíduos. Ele também recebeu multas do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), que o autuaram por produzir carne imprópria para consumo, além de ser responsabilizado pela ausência de registro e de um Responsável Técnico Médico Veterinário.
Diante de todas as irregularidades, o responsável pelo abate clandestino foi conduzido para a delegacia para prestar esclarecimentos. A operação envolveu órgãos como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), além dos Ministérios Públicos Estadual (MPAL) e Federal (MPF). A fiscalização reforça a importância do combate a atividades ilegais que comprometem tanto a saúde da população quanto a preservação ambiental.