Indiciado pela PF, Braga Netto diz que ‘nunca se tratou de golpe’ e nem de ‘plano de assassinar alguém’

General Braga Netto é suspeito dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa — Foto: Jornal NacionalGeneral Braga Netto é suspeito dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa — Foto: Jornal Nacional

O general Braga Netto negou neste sábado (23) que tenha participado de uma tentativa de golpe de Estado e, também, de assassinato. Essa é sua primeira manifestação pública sobre o assunto.

Ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi indiciado nesta semana pela Polícia Federal, juntamente com Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo, por tramarem um golpe de Estado no país.

Eles são suspeitos dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

“Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de ‘golpe dentro do golpe’. Haja criatividade…”, escreveu Braga Netto, em rede social.

 

O inquérito da Polícia Federal aponta uma organização criminosa que atuou de forma coordenada na tentativa de golpe para manter Bolsonaro após derrota na eleição de 2022.

A investigação começou no ano passado e foi concluída dois dias após a Polícia Federal (PF) prender 4 militares e um policial federal acusados de tentar matar Lula, Alckmin e Moraes.

Além de Braga Netto, também foram indiciados:

Além de Bolsonaro, foram indiciados:

  • o ex-presidente Jair Bolsonaro
  • o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • o policial federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin);
  • e Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro.

 

O relatório final do inquérito, que tem mais de 800 páginas, foi concluído no início da tarde e vai ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação é um desdobramento do inquérito sobre a atuação das milícias digitai que, segundo a PF, se organizaram para atacar a democracia e o Estado democrático de Direito.

Caberá à Procuradoria-geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados ao Supremo. Caso a Corte aceite a denúncia, eles se tornam réus e serão julgados.

Veja as penas previstas:

 

  • Golpe de Estado: 4 a 12 anos de prisão;
  • Abolição violenta do Estado democrático de Direito: 4 a 8 anos de prisão;
  • Integrar organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.

 

Além do inquérito sobre o golpe de estado, Bolsonaro também já foi indiciado neste ano em outras duas investigações da Polícia Federal: o caso das joias sauditas e a fraude no cartão de vacinas.

6 núcleos golpistas

 

As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas e que se dividiram em 6 núcleos golpistas que se articularam para derrubar à força o Estado Democrático de Direito:

▶️Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;

▶️Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado;

▶️Núcleo Jurídico;

▶️Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;

▶️Núcleo de Inteligência Paralela;

▶️Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

Fonte: G1

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