Brasil

Presa por vender remédios falsos para emagrecer tinha fábrica artesanal em casa e ostentava uma vida de luxo nas redes sociais

A mulher presa em flagrante, na manhã desta quarta-feira (27), por fabricar e vender remédios piratas para emagrecimento, tinha uma fábrica artesanal dentro de casa.

Segundo a polícia, Marcelly Neves de Lima, de 32 anos, usava substâncias como sibutramina, remédio tarja preta que inibe o apetite e atua no sistema nervoso central, associado a bisacodil, um laxante, e produzia os rótulos com a sua marca, e colava nas embalagens.

Nas redes sociais onde os produtos eram comercializados, Marcelly ostentava uma vida confortável. A mãe dela, Elda Maria das Neves, de 57 anos, foi presa junto com a filha.

Ela e as outras integrantes da quadrilha vão responder por tráfico de drogas, associação criminosa, venda de produto farmacêutico corrompido, exposição a perigo da vida e crimes contra o consumidor.

Na casa de Marcelly foram apreendidas embalagens de medicamentos usados, segundo os investigadores, na fabricação do “Seca Máximo”. Também foram apreendidas uma réplica de fuzil, uma balança de precisão e um caderno com anotações sobre as vendas.

A polícia fez buscas em 12 endereços no Rio, na Região dos Lagos e na Baixada Fluminense, e prendeu também Diana Ramos Soares, de 35 anos, apontada como sócia de Marcelly.

Especialista faz alerta

O produto vendido para emagrecimento “milagroso” prometia perda de até 10kg em menos de duas semanas.

“Desconfie sempre de promessas milagrosas. Nós não temos medicação que são desenhadas dessa maneira e isso geralmente é feito simplesmente para convencê-lo a adquirir um produto que pode fazer mal à sua saúde. Na dúvida, pergunte ao seu médico, pesquisa mais profundamente na internet, tente obter informações de melhor qualidade”, alerta Paulo Augusto Carvalho Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Mas, segundo a polícia, o “Seca Máximo” não tinha nenhuma eficácia comprovada e provocava problemas de saúde.

Vítimas procuraram a delegacia

Em troca de mensagens, algumas mulheres relatam os severos efeitos colaterais e uma delas diz que chegou a ir para o hospital.

“Passei muito mal no trabalho às 11h da manhã, senti mal-estar muito forte, enjoo, suador e vomitei amarelo puro”.

 

A polícia descobriu o esquema dos golpistas depois que as vítimas procuraram a delegacia.

“Começamos a investigação por uma vítima que nos procurou e teve diversos efeitos colaterais. Apreendemos, o laudo nos demonstrou que era um produto controlado, que era proibida a venda, e perguntamos como ela fez a obtenção. Ela nos contou que comprou através de um aberto de Whatsapp”, disse o delegado.

As presas podem responder por organização criminosa, tráfico de drogas e crimes contra o consumidor.