Mulher feita refém em ponto de ônibus na Avenida Paulista conta o que pensou na hora: ‘Eu, com tanta coisa para fazer, parada aqui’

Vítima tinha saído do pilates e ia para acupuntura quando a sequestradora a abordou na segunda (9). Sandra Monteiro disse, ao Encontro da TV Globo, que ficou calma por conta da sua fé.

Mulher é feita refém em ponto de ônibus na Avenida Paulista em SP

A mulher feita refém em um ponto de ônibus na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, na tarde da segunda-feira (9) contou que chegou a ficar impaciente com a situação pensando que iria atrapalhar a sua rotina. A sequestradora a segurava por trás e a ameaçava com uma faca em seu pescoço. Testemunhas gravaram a ação.

Sandra Regina Monteiro deu uma entrevista ao Programa Encontro, da TV Globo, nesta terça-feira (10).

Teve uma hora em que eu pensei assim: ‘eu com tanta coisa para fazer, parada aqui’. Aí o ônibus que eu tava esperando passando e ela me pressionando. Falei: ‘Ai, não acredito’.
— Sandra, que foi feita refém na Avenida Paulista

Sandra disse que havia acabado de sair da aula de pilates e estava a caminho de uma sessão de acupuntura em Taboão da Serra. Ela estava esperando pelo ônibus quando foi abordada pela sequestradora.

“De repente, eu senti um peso no meu ombro porque, como ela é mais baixa que eu, ela me deu um mata-leão e, com o outro braço ela pôs a faca na minha jugular. E aí, ela pedia para eu ligar aqui para a Globo”, contou.

Sandra falou para a sequestradora que não tinha celular. A mulher, então, mandou que ela pedisse para as outras pessoas que estavam no ponto fazerem a ligação.

Sandra relata momento em que foi feita refém em ponto de ônibus da Avenida Paulista — Foto: Reprodução/TV GloboSandra relata momento em que foi feita refém em ponto de ônibus da Avenida Paulista — Foto: Reprodução/TV Globo

Foi aí que, segundo a vítima, a polícia foi chamada, já que alguns dos presentes simulavam o telefonema para a TV Globo.

A Polícia Militar enviou equipes para negociar a rendição. Todas as faixas da avenida, no sentido Consolação, foram interditadas em frente ao prédio da Faculdade Cásper Líbero.

A refém contou ainda que ficou preocupada com a chegada dos PMs porque a mulher começou a ficar mais agitada, dizendo que conhecia os policiais.

Mulher é feita refém na Avenida Paulista — Foto: Cortesia Jovem Pan NewsMulher é feita refém na Avenida Paulista — Foto: Cortesia Jovem Pan News

“Eu fiquei na expectativa, né? Porque eles estavam negociando com ela e ela não aceitava negociação nenhuma”, disse.

Ela relatou que, durante todo o momento, conseguiu ficar calma em razão da sua fé.

“Enquanto ela estava esbravejando aqui, eu tava olhando, rezando pra Deus, pedindo para ele, porque só ele nessa hora para dar sabedoria para eles e tranquilidade para mim”, afirmou.

Após cerca de 40 minutos, policiais usaram uma arma de choque para imobilizar a sequestradora e libertaram a mulher. A vítima foi socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vergueiro.

A PM também divulgou imagens das câmeras corporais dos policiais que mostram como a PM neutralizou a mulher com armas não letais.

A Polícia Militar neutraliza mulher que mantinha outra mulher refém na Avenida Paulista — Foto: ReproduçãoA Polícia Militar neutraliza mulher que mantinha outra mulher refém na Avenida Paulista — Foto: Reprodução

Pedestres que acompanhavam à negociação da rendição chegaram a comemorar o fim do sequestro.

Segundo boletim de ocorrência registrado, a sequestradora apresentava “informações desconexas e demonstrava confusão mental” durante a ocorrência.

Em 2018, a mesma mulher já havia feito outra refém no mesmo ponto de ônibus da Avenida Paulista.

À época, ela foi considerável inimputável pela perícia técnica — ou seja, ela não tinha a capacidade de entender o caráter ilícito da ação — e absolvida criminalmente pela Justiça de São Paulo.

Ela teria, no entanto, que passar por tratamento ambulatorial pelo prazo de um ano. Houve também a recomendação de que fosse realizado um tratamento regular em uma unidade do CAPS (Centros de Atenção Psicossocial).

Em outubro deste ano, a mulher foi considerada “estável” por uma médica psiquiatra da Prefeitura de São Paulo.

Fonte: g1

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