Política

Lula passa por procedimento para evitar novo sangramento na cabeça

Petista fez uma cirurgia de emergência na terça para drenar hematoma na cabeça e, agora, ele faz uma embolização como complemento. Segundo os médicos, ele não ficará com nenhuma sequela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa na manhã desta quinta-feira (12) por um procedimento médico para evitar um novo sangramento na cabeça.

O procedimento teve início às 7h25, segundo a assessoria da Presidência da República. A expecativa dos médicos é que dure cerca de uma hora.

A técnica não é considerada uma cirurgia, mas um “procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média)” e não vai influenciar na previsão de alta da UTI, que deve ser nesta quinta. A intervenção faz parte do protocolo pós-cirúrgico.

O petista, que tem 79 anos, fez uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira (10) para drenar um hematoma na cabeça – ainda em decorrência da queda que sofreu no banheiro de casa em outubro.

O médico do presidente, Roberto Kalil, afirmou na quarta que o novo procedimento já estava sendo discutido pela equipe. Trata-se de uma intervenção considerada de baixo risco, relativamente simples, afirmou Kalil.

Já estava sendo discutido como complemento. Esse tipo de embolização é um tipo de cateterismo. Ele vai embolizar a artéria meníngea porque, quando você drena o hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento.

— Roberto Kalil

Segundo o médico, “esse procedimento tem o objetivo de evitar um possível novo sangramento”.

“Embora a chance já fosse pequena, por conta da drenagem, a probabilidade de ocorrer um novo sangramento foi ainda mais reduzida com esse procedimento. A evolução favorável foi o que permitiu a realização desse procedimento, que, embora delicado, teve uma evolução muito boa, e o estado geral do presidente está ótimo”, destacou.

Queda no banheiro

Logo após a cirurgia realizada na terça, os médicos disseram que Lula não ficará com nenhuma sequela e que as funções neurológicas dele estão preservadas.

De acordo com a equipe médica, a previsão é a de que o presidente retorne a Brasília no começo da próxima semana. Por ordem médica, Lula está proibido de receber visitas de trabalho no hospital até ficar completamente recuperado.

Lula não teve sequela alguma, afirma equipe médica

O presidente foi internado às pressas no fim da noite de segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo após passar o dia com dor de cabeça. Ele achava, na verdade, que estivesse ficando com gripe.

Ainda em Brasília, ele havia passado por um exame de imagem, que mostrou uma nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros. Lula foi, então, transferido para São Paulo.

Embora, na queda, Lula tivesse batido a região da nuca, o hematoma estava na região do lobo frontal e do lobo parietal. O lobo frontal está localizado diretamente atrás da testa, e o parietal, atrás do frontal.

Isso acontece, segundo os médicos, porque o sangramento é causado pelo “chacoalhão” do cérebro na batida. “Quando você bate a cabeça e chacoalha pra frente e pra trás, o sangramento não é no local da batida. Ele é causado pelo chacoalhão do cérebro porque o cérebro se desloca dentro do crânio”, explicou o neurocirurgião Marcos Stavale.

O lobo frontal é considerado o centro de controle por ser responsável pelos movimentos voluntários do corpo, pela linguagem e pelo gerenciamento das habilidades cognitivas. Já o lobo parietal faz a integração das informações sensoriais, como toque, temperatura e dor.