Sem saber do que se tratava, uma menor aprendiz de 14 anos ajudou o gerente Eduardo Barbosa de Oliveira, de 44 anos, a sair da agência do Banco do Brasil, em Vitória, com parte da quantia de R$ 1,5 milhão escondida dentro de caixas de papelão. O furto aconteceu no dia 14 de novembro e o g1 teve acesso ao processo que tramita contra o funcionário e a companheira Paloma Duarte Tolentino, de 29 anos.
O casal foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) à Justiça do Espírito Santo no dia 4 de dezembro por furto qualificado e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), os dois percorreram mais de 2 mil km com a quantia furtada. A prisão foi realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-158, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul.
Eduardo foi encaminhado para a Penitenciária Estadual de Santa Maria, no Rio Grande do Sul; enquanto Paloma deu entrada no Presídio Regional, também em Santa Maria. Não há informações sobre a transferência dos dois para o Espírito Santo.
O g1 tenta contato com a defesa dos suspeitos, mas não teve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.
Segundo o depoimento da adolescente à PCES, a menina atuava como menor aprendiz há dois meses na agência. No dia do furto, ela estava trabalhando, quando Eduardo, que era seu superior, pediu ajuda para levar quatro caixas de papelão até o veículo, no estacionamento da unidade.
De acordo com o documento, Eduardo disse à jovem que as caixas continham documentos importantes que seriam transferidos para outro país.
A menor aprendiz relatou aos policiais civis que chegou a dizer que recebeu a instrução do banco para não retirar nada do local, mas o funcionário disse que era para a adolescente ajudar a carregar as caixas e não haveria problema nenhum.
Imagens anexadas ao processo mostram a menor aprendiz e Eduardo com caixas de papelão nas mãos no estacionamento da agência às 17h15.
Consta ainda que Eduardo comentou com a jovem, dias antes, que pediria demissão do banco para morar no Uruguai com a atual companheira.
A ex-esposa de Eduardo também foi ouvida como testemunha pela Polícia Civil e revelou que encontrou o ex-marido na manhã do dia do crime. Na ocasião, o funcionário disse durante o encontro que se ausentaria por um tempo, transferiu um carro para a mulher e deu uma quantia de R$ 20 mil para que ela cuidasse dos dois filhos que tiveram juntos.
A mulher narrou ainda que Eduardo se desculpou, pediu que ela cuidasse dos filhos do casal e afirmou que não os deixariam desamparados.