O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (30) visitações ao tenente-coronel Rodrigo Bezerra, um dos “kids pretos” investigados por suposta tentativa de golpe de Estado.
A ordem ocorreu após a irmã do militar esconder equipamentos eletrônicos numa caixa de panetone. A mulher tentou levar escondidos um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória.
O que são os ‘kids pretos’?
No dia 28 de dezembro, a irmã do coronel se dirigiu ao Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, com uma caixa de panetone.
Ao passar na revista, a caixa apitou no detector de metal. Após o alerta, ela foi questionada e informou que tinha um fone de ouvido.
“Após abertura da caixa de panetone para fins de verificação, foi constatado que no interior da mesma havia um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória. O referido material foi apreendido e se encontra custodiado no PIC [Pelotão de Investigações Criminais]”.
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo – da divisão conhecida como “kids pretos” – foi preso em 19 de novembro, na operação Contragolpe da Polícia Federal, e estavam detidos no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro.
Em 2 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito, autorizou que ambos fossem transferidos para Brasília.
🔎 Os “kids pretos” — também chamados de “forças especiais” (FE) — são militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais. Ao g1, em 2023, o Exército confirmou a existência das tropas e disse que elas operam desde 1957.
🔎 Em novembro, quatro militares do Exército ligados a essas forças especiais, os chamados “kids pretos”, suspeitos de um golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e restringir a atuação do Poder Judiciário.
Azevedo, segundo a PF, servia no Comando de Operações Especiais do Exército em Goiânia (GO) em 2022.
Em dezembro daquele ano, o militar passou a usar telefones que foram utilizados no plano de golpe. A suspeita é de que ele possa ter sido um dos militares que conversaram pelo aplicativo usando codinomes e tramando a ação.