Ator e diretor de 'É assim que acaba' pede indenização de US$ 250 milhões por reportagem de dezembro. 'Nosso artigo foi relatado de forma meticulosa e responsável', diz publicação.
O ator e diretor Justin Baldoni, de “É assim que acaba” (2024), abriu um processo contra o jornal “New York Times” por difamação nesta terça-feira (31).
Ele e outras nove pessoas acusam a publicação de “escolher e alterar comunicações” entre eles em uma reportagem de dezembro, que falava sobre abusos e uma suposta campanha de difamação contra a atriz Blake Lively, protagonista do filme.
A ação pede uma indenização de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão).
“A tese central do artigo, encapsulada em um título difamatório projetado para enganar imediatamente o leitor, é que os demandantes orquestraram uma campanha de relações públicas de retaliação contra Lively por falar sobre assédio sexual — uma premissa que é categoricamente falsa e facilmente refutada”, diz o processo.
“O papel de uma organização de notícias independente é seguir os fatos para onde eles levam. Nosso artigo foi relatado de forma meticulosa e responsável. Ele foi baseado em uma revisão de milhares de páginas de documentos originais, incluindo as mensagens de texto e e-mails que citamos com precisão e exaustivamente no artigo”, afirma o jornal, em comunicado.
“Até o momento, a Wayfarer Studios, o Sr. Baldoni, as outras pessoas do artigo e seus representantes não apontaram um único erro. Publicamos sua declaração completa em resposta às alegações no artigo também. Planejamos nos defender vigorosamente contra o processo.”
Lively também deu entrada em um processo contra Baldoni em um tribunal federal nesta terça. Em dezembro, ela já tinha feito uma reclamação legal oficial.
“Infelizmente, a decisão da Sra. Lively de se manifestar resultou em mais retaliações e ataques. Conforme alegado na queixa federal da Sra. Lively, a Wayfarer e seus associados violaram a lei federal e estadual da Califórnia ao retaliar contra ela por relatar assédio sexual e preocupações com a segurança no local de trabalho. Agora, os réus responderão por sua conduta em um tribunal federal”, falam os advogados da atriz em um comunicado.
Rumores e acusações
Os bastidores do filme já eram alvo de rumores e especulações desde o lançamento, em agosto. Na época, veículos americanos falavam sobre uma briga entre Baldoni e Lively durante as gravações.
“É Assim Que Acaba” é uma adaptação do bestseller de mesmo nome da autora Colleen Hoover.
A história acompanha Lily Blossom (Blake Lively), uma jovem florista que se apaixona pelo neurocirurgião Ryle (Justin Baldoni). Mas o relacionamento entre os dois não é bem o que ela esperava, e acaba se tornando turbulento e doloroso.
O filme se tornou um sucesso surpresa ao arrecadar mais de U$ 350 milhões nas bilheterias ao redor do mundo, apesar de não ter sido tão bem recebido pela crítica. Atualmente, a obra tem aprovação de 55% no site agregador Rotten Tomatoes.
Depois do lançamento, a atriz foi alvo de diversas críticas nas redes sociais.
Lively foi criticada por comentários que pareciam minimizar a violência doméstica, tema do filme; enquanto entrevistas antigas e estranhas ressurgiram e foram reaproveitadas como evidência de comportamento intimidador.
Em dezembro, no entanto, ao entrar com uma reclamação legal na Califórnia, Lively acusou Baldoni de orquestrar uma campanha de difamação contra ela. Ao mesmo tempo, o “NYT” publicou sua longa reportagem sobre as acusações da atriz.
Outras artistas e até Hoover se manifestaram a favor de Lively. Pouco depois, a agência de talentos que representava Baldoni o abandonou, e ele também foi processado por uma antiga publicitária de sua equipe.